Excluída do alívio tarifário de Donald Trump, a China decidiu não elevar a tensão no campo comercial. Somadas, as sobretaxas americanas aos produtos chineses estão em 145%.
O governo de Xi Jinping se mostrou disposto a negociar um acordo com a Casa Branca. A porta voz do Ministério do Comércio ressaltou que o diálogo deve ser pautado pelo respeito. Mas alertou: se os americanos insistirem na guerra comercial, a China vai lutar até o fim. E ainda afirmou que as ideias de Trump não têm o apoio do povo, e serão um fracasso.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo deve estimular uma maior aproximação comercial entre China e Brasil. O presidente Lula irá à Pequim em um mês, e terá uma reunião com o líder chinês Xi Jinping.
Empresários já se movimentaram e compraram, nesta semana, mais de 2 milhões de toneladas de soja do Brasil - quase um terço do volume médio processado pelos chineses em um mês.
Europa quer negociar
A represália nem começou. A União Europeia suspendeu o tarifaço de 25% contra os Estados Unidos, depois de mais um recuo de Donald Trump.
Na quarta, o bloco europeu havia aprovado essa retaliação para responder a um decreto de Trump, que elevou para 25% a taxa de importação cobrada sobre o aço e alumínio.
Mas, com as tarifas recíprocas reduzidas de 20% para 10%, pelos próximos três meses, o discurso europeu é um só: negociar. O foco será o acordo zero por zero - ou seja, eliminar tarifas para produtos industrializados dos dois lados do atlântico.
Mas a União Europeia deixou claro. Se as negociações com a Casa Branca não forem para frente, as represálias às decisões de Trump serão retomadas daqui 90 dias.