A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira na Itália, onde estava foragida da Justiça brasileira desde o início de junho. A prisão ocorreu após o Supremo Tribunal Federal (STF) decretar a detenção da parlamentar, que foi condenada a dez anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli, que tinha seu nome na lista de procurados da Interpol, deve ser extraditada e trazida de volta ao Brasil para cumprir a pena em regime fechado. A pena é definitiva, uma vez que a Primeira Turma do STF já rejeitou os recursos da defesa e o caso transitou em julgado.
Entenda o caso
Zambelli foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF por contratar um hacker para invadir os sistemas do CNJ. A denúncia aponta que o objetivo era inserir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, assinado por ele mesmo. A deputada também foi condenada à perda do mandato.
Após a condenação, Zambelli deixou o Brasil no final de maio, passando pela Argentina, Estados Unidos e, por fim, a Itália, onde possui cidadania. A ordem de prisão preventiva, decretada por Moraes, foi considerada pela deputada como "ilegal" e "autoritária", alegando que a Constituição permite a prisão de um deputado federal apenas em flagrante de crime inafiançável.
Medidas cautelares
Além do mandado de prisão, Moraes determinou o bloqueio dos passaportes e contas bancárias de Zambelli, assim como a suspensão do salário e das verbas de gabinete. As redes sociais da deputada também foram bloqueadas em território nacional sob pena de multa diária, medida que foi cumprida pelas plataformas.