Exatamente um mês após o anúncio da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, representantes do Mercosul e a presidente da Comissão Europeia assinam um acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos.
Para o professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, que concedeu uma entrevista exclusiva à BandNews FM, há uma ligação entre os dois acontecimentos históricos e o retorno de Trump à Casa Branca influenciou na resolução dos conflitos entre Mercosul e UE.
O especialista relembra que Trump prometeu um modelo econômico protecionista neste segundo mandato e com a possibilidade de impor barreiras tarifárias para determinados países, caso estes não se alinhem a suas vontades.
"Os Estados Unidos são um vetor fundamental do comércio mundial. Eles compram 15% das importações do mundo, são o grande freguês. É nesse contexto que os 'nãos' [as rejeições ao acordo entre sul-americanos e europeus] diminuíram. É nesse contexto que os negociadores sentaram para se entender, havia um problema maior", analisou.
Trevisan ainda ressaltou que o acordo entre Mercosul e União Europeia pode ser entendido como uma "tábua de salvação para os dois lados".
"Os europeus precisavam do mercado latino-americano para continuar comercialmente relevante. A América Latina precisava do mercado europeu para poder crescer e gerar recurso", completou.