Após a roda de um ônibus do transporte coletivo de Londrina se soltar do veículo enquanto transportava passageiros, no último domingo (3), na zona norte, a Comissão Especial de Transportes Públicos da Câmara de Vereadores voltou a questionar a CMTU sobre o estado da frota de veículos do sistema. É que esse ônibus seria um dos 55 que já teriam mais de 10 anos de uso e, por isso, deveria estar fora de circulação, conforme acordo firmado entre a Prefeitura e as empresas do transporte.
Até outubro do ano passado, a lista de veículos que ultrapassavam o tempo de limite de uso, e ainda estavam em circulação, somavam 66. Em novembro, 11 deles acabaram sendo destruídos durante incêndio na garagem da Empresa Grande Londrina, mas os outros 55 seguem rodando atualmente.
Segundo a vereadora Mara Boca Aberta, presidente da Comissão Especial de Transportes Públicos, a CMTU foi cobrada a dar explicações sobre a situação, mas ainda não teria se manifestado. “São ônibus que estão em manutenção. Temos conversado e pedido para a CMTU fazer a troca desses ônibus e ainda não aconteceu”, disse a vereadora.
Conforme levantamento da Comissão do Transporte, a passagem de ônibus em Londrina gira em torno de R$5,70. O usuário paga R$4 e o município é responsável pela diferença, incluindo o valor referente aos passageiros não pagantes.
Segundo Mara, dos R$25 milhões aprovados pela Câmara para o repasse, R$4 milhões já foram transferidos para as empresas, referente aos meses de janeiro e fevereiro, mas até agora não houve melhorias na prestação do serviço. A vereadora também acrescentou que no caso da TCGL, a frota atual é de 202 veículos, quando o contrato prevê 224.
Outro questionamento da Comissão do Transporte é a respeito de como está sendo contabilizado o número de passageiros não pagantes, como no caso dos idosos. O município paga para as empresas por esse público. Mas não explica quantos são e como está fazendo esse cálculo.
A comissão espera que a CMTU apresente um relatório ainda esta semana e já encaminhou denúncia ao Ministério Público.
“Estamos questionando, mas ainda não conseguimos resposta do prefeito. Estamos aguardando um retorno dele para esta semana a respeito do contrato e desses ônibus que precisam ser trocados”, declarou a vereadora.
A CMTU e a empresa Grande Londrina se manifestaram a respeito dos questionamentos.
Em nota, a TCGL diz ter aberto processo administrativo para apurar o ocorrido e reforça que todos os veículos recebem a devida manutenção com os mais rigorosos critérios. Ainda segundo a nota, o dano causado pelo acidente será ressarcido pela empresa.
Já a CMTU afirma ter encaminhado informações acerca dos veículos da frota para a Comissão Especial dos Transportes Públicos, no dia 13 de outubro, em resposta ao Pedido de Informações 408/2021. Depois, em 23 de fevereiro de 2021, em resposta ao Pedido de Informações 24/2022, a CMTU diz ter reiterado as informações enviadas em 13 de dezembro de 2021, além de comunicar outras alterações ocorridas na frota. Em atendimento ao Pedido de Informações 14/2022, na data de 07 de março de 2022, a CMTU alega ter prestado oficialmente, para a mesma Comissão, informações acerca da idade máxima dos veículos, afirmando que estaria realizando cotação de preço para mensurar o impacto destas substituições na tarifa do serviço de transporte público coletivo.