A desatenção provocada em quem fala ao celular enquanto dirige já é comparada aos efeitos em motoristas que conduzem veículos alcoolizados. Isso porque o uso dos aparelhos entra para as estatísticas como a terceira causa de mortes no trânsito brasileiro. A preservação da vida é o principal objetivo das ações educativas da Transitar, que hoje (25) deu continuidade ao cronograma com uma abordagem exclusiva sobre os riscos do celular ao volante.
A ação foi realizada na Rua Rio Grande do Sul, com uma caixa de abordagem na Praça Wilson Joffre. Quem passou pela orientação, aprovou a iniciativa. “Ações como esta são fundamentais para chamar atenção dos condutores a ter mudança de atitudes. Apoiamos a dar continuidade”, disse o motorista de aplicativo Djalma Antônio de Souza, que atribui “à falta de conscientização e à falta de tranquilidade, principalmente em vias preferenciais”, o alto índice de acidentes registrados em Cascavel. “Um segundo de falta de atenção e de paciência contribui para graves acidentes”, concluiu.
Com a morte de mais um motociclista ontem (24), já são 58 óbitos este ano em vias públicas, sendo 27 ocupantes de moto (23 condutores e quatro passageiros), fator que gera preocupação não somente às autoridades de trânsito, como também em quem circula diariamente pelas vias e rodovias.
A designer de interiores Sara Daiane Santos Lopes também ouviu a orientação dos agentes da Transitar hoje. A abordagem, disse ela, é importante porque pode contribuir para que os condutores tenham mais consciência ao andar no trânsito. “Houve um aumento muito grande de acidentes, principalmente este ano, e isso é preocupante”, disse. Sara entende que associar álcool e direção e celular com volante são fatores que estão elevando esses tristes índices.
Celular não combina com nenhum modal
Pesquisam comprovam que quem atende ou digita mensagens enquanto dirige fica de 10 a 20 segundos “no escuro”, sem prestar atenção no trânsito, o que pode nesse período, provocar um acidente.
Mas isso não ocorre somente com motoristas. Uma pessoa gasta de oito a nove segundos para atender a uma chamada telefônica, entre ouvir a chamada, localizar o celular, pegar, desbloquear e atender, então celular no trânsito, a menos que na condição de passageiro, não combina com ninguém, pois pedestres que atravessam a rua de olho no celular também podem caminhar “no escuro”, sem notar o semáforo ou demais veículos, assim como ciclistas ou motociclistas.
Dispositivos de viva voz também diminuem o tempo de reação diante de obstáculos, uma vez que dividir a atenção entre dois assuntos reduz a concentração.
“Atenda ao celular quando for extremamente necessário, mas estacione antes, se coloque em situação de segurança primeiro, para evitar acidentes. Seja você motorista, motociclista, ciclista ou pedestre, não importa em que condição está no trânsito, saiba que o equipamento reduz a capacidade de concentração”, orienta a encarregada do setor de Educação de Trânsito da Transitar, Luciane de Moura.
Infração de trânsito
Justamente por representar risco à vida, o celular no trânsito representa uma infração prevista no artigo 252 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), que pode ser caracterizada como grave ou gravíssima, dependendo da situação.
Falando ao celular ou com fones conectados a aparelho de celular caracteriza infração média, com 4 pontos na CNH, no valor de R$ 130.16. Conduzir veículo segurando e manuseando celular caracteriza infração gravíssima, com 7 pontos na CNH, no valor de R$ 293,47.
No período de janeiro a outubro deste ano, 4.459 condutores foram multados em Cascavel. Esse número representa uma queda de 17,67% em relação a igual período de 2029, quando foram registradas 5.416 infrações.
Assessoria