Com a chegada da segunda parcela do 13º salário, muitos trabalhadores buscam a melhor forma de usar o recurso extra para equilibrar as contas e começar o novo ano com mais tranquilidade. No quadro Saúde Financeira, a consultora financeira Jacqueline Zanatta destacou que, diante do endividamento recorde no país, o benefício exige planejamento e consumo consciente.
A especialista lembrou que o 13º salário, criado em 1962 como uma bonificação natalina, hoje precisa ser tratado com cautela para garantir segurança financeira. Segundo Jacqueline, uma das estratégias mais eficientes é a chamada “regra da pizza”, que consiste em dividir o valor total em três partes iguais.
O primeiro terço deve ser destinado ao pagamento de dívidas, como IPTU e outras pendências que geram juros altos. Quitar essas contas ajuda a reduzir encargos e traz alívio imediato ao orçamento. O segundo terço pode ser usado para consumo consciente, incluindo gastos típicos de fim de ano, como roupas e presentes. A recomendação é priorizar lembranças simbólicas e significativas em vez de presentes caros que comprometam o orçamento dos próximos meses.
O último terço deve ser reservado para poupança ou investimento, ajudando a cobrir despesas inevitáveis de janeiro, como IPVA, material escolar e uniformes. Jacqueline também apontou o consórcio como uma alternativa de “poupança forçada”, especialmente para quem tem dificuldade em guardar dinheiro. Segundo ela, o consórcio permite planejar a aquisição de bens, como imóveis e veículos, ou até mesmo vender a carta contemplada para gerar lucro ou formar uma reserva de emergência, garantindo segurança financeira para o futuro da família.
A consultora alertou ainda para o uso do cartão de crédito durante as férias, recomendando evitar gastos impulsivos com a mentalidade de “depois eu vejo como pago”, prática que costuma gerar dívidas acumuladas no início do ano. Para ela, o simples hábito de poupar, mesmo valores pequenos, traz benefícios financeiros e psicológicos, proporcionando sensação de controle e segurança.
O objetivo, segundo Jacqueline Zanatta, é mudar a mentalidade financeira desde já, para que dezembro de 2026 seja mais leve e menos sufocante, com planejamento, equilíbrio e consciência no uso do dinheiro.