Lembrar o passado é entender o presente. Londrina está próxima de completar 91 anos, e, em momentos como esse, compreender os processos de migração e outros fatores históricos é essencial para conhecer o presente, suas nuances e os desafios que ainda precisam ser enfrentados. No Vitrine Revista de hoje (08), a historiadora Eliane Candoti explica sobre a rica história da migração brasileira na cidade de Londrina.
A historiadora destaca que o termo moderno preferido é migração, que abrange todos os movimentos globais — impulsionados por fatores como guerras, economia e meio ambiente. Ela lembra que Londrina, vista nos anos 1930 como uma “colônia internacional”, tem o multiculturalismo como sua principal característica. O próprio nome da cidade remete a Londres, referência associada à “neblina” que lembrava o clima inglês.
Um censo de 1938 mostrou a presença de mais de 36 etnias no território, incluindo os povos indígenas Kaingang e Guarani. Além disso, a Companhia de Terras Norte do Paraná realizou uma ampla estratégia de marketing internacional, traduzindo sua propaganda para diversos idiomas — alemão, japonês, inglês, espanhol, italiano e português — na tentativa de atrair migrantes durante o período entre as guerras mundiais. O grupo mais numeroso, entretanto, foi o de migrantes internos brasileiros. Outros contingentes expressivos incluíam italianos, japoneses, alemães, espanhóis, portugueses e sírio-libaneses.
Com o avanço da construção civil no município, um grande número de migrantes internos — especialmente de São Paulo, Minas Gerais e do Nordeste (como baianos e pernambucanos) — chegou à cidade para atuar nas obras e no plantio de café.
A historiadora reforça que, hoje, Londrina representa um espaço de raízes, laços afetivos e oportunidades, fruto de sua diversidade cultural.
Assista ao vídeo e entenda mais sobre a história de Londrina!