A programação no sábado, 12, começou no final do dia. Antes de cair no samba, fui rever os amigos da pelada, futebol da tarde no Gretel, Grêmio da Telepar, onde em volta cresceu a Gleba Palhano. Claro que cheguei depois que os clássicos terminaram. Sei lá quem ganhou, queria saber é do churrasco e de umas cervejas. Queria ficar um pouco com aquele conjunto de craques da prosa. Rogério Fischer, Flavio Lanaro, Rodrigo Coelho, Fabio Cunha, o cartola Pio Machado e grande elenco. A diversão estava só começando.
A Rose – namorada firmeza é assim – me pegou na beira do campo e fomos cair no 43 Rock Bar, onde a atração era o samba. Rock. Samba. Coisas de Londrina. Estacionamos próximo à rotatória da Maringá com Goiás e já encontramos o som armado, com o DJ Gustavo Veiga mandando muito bem.
Nos acomodamos, aproveitando a noite sem frio, e vimos uma pequena multidão se concentrando, assistindo ao time do Samba da Madrugada entrando em cena, com craques da estatura do Seu Nelson, no alto de seus 80 anos. Chegou amparado pelos filhos e foi escalado para a ponta da grande mesa, no meio da galeria de bares. Sem conhecer este craque do violão de sete cordas, não é fácil acreditar que ele comandou a roda por quase duas horas, tocando, de primeira, sambas dos grandes compositores. Com uma memória musical que ganha mole do Google, aplicando em seu instrumento a malícia dos veteranos, Seu Nelson lançava sua voz flexível, expressiva e com aquele timbre único que o tempo fez a entrega. A galera, agradecida, acompanhava.
O selecionado na grande roda teve também: Israel Laurindo (um dos idealizadores do Samba da Madrugada), com muita categoria no outro violão de sete cordas; Júlio Erthal, desfilando habilidade nos sopros; e Marcelo de Siqueira, o Alemão, garantindo toques precisos na percussão. Todos eles professores, tocando com o mestre Nelson.
O timaço de músicos no Samba da Madrugada, no 43, contou ainda com Rubens Santos, Gleice Regina, Joaquim André e Lucas Dias. Bruno Américo, Sal Vinicius e Mi Dupand Costa. Fernando Sambati, Gabriel Bolda, Olivar Fernando e Juninho. Completaram a mesa: Ronaldo Matos, Wellington Filho, João Gabriel Alves e Suyane Alves. No comando do som primoroso, o Cauê, da BSS.
O samba foi até amanhecer.
A gente ali, tomando umas e o samba comendo solto, alegre, harmonioso, no melhor estilo “que-que-é-isso?”. Samba suficiente para encantar até quem é do rock and roll.