Novo bote do CCR nos gigantes da Capital?

Falta muito pouco para o Cascavel Clube Recreativo (CCR) confirmar o objetivo maior neste Campeonato Paranaense, que é a permanência na elite estadual para o ano que vem. Matematicamente, o risco de queda ainda existe. No entanto, pelas projeções, se somar mais um pontinho nos dois jogos que restam, o CCR estará na primeira divisão novamente no ano que vem. Mesmo que não consiga mais vencer neste estadual, a fanática torcida da Serpente Tricolor já tem motivos de sobra para se orgulhar. Isso porque o CCR se credenciou como o ‘papão’ dos gigantes da Capital. Na rodada de abertura do Campeonato Paranaense derrotou o Athletico-PR por 1 a 0, no dia 19 de janeiro, dentro da Arena da Baixada. Na última quarta (20), fez outra vítima: derrotou o Coritiba pelo mesmo placar no Estádio Olímpico.

Por isso, é bem provável que o Paraná Clube esteja com os olhos arregalados para o CCR. Afinal de contas, será o adversário da Serpente Tricolor, neste domingo (24), às 20 horas, na Vila Capanema. De olhos arregalados e muito preocupado com o andamento do Campeonato Paranaense, já que vem de uma derrota em casa para o Cianorte, na quinta. Um novo tropeço elimina por completo as chances de buscar uma vaga nas semifinais da Taça Dirceu Krüger, o segundo turno do Estadual.

Na verdade, o torcedor do CCR ainda tem um desejo especial neste Paranaense. Quer a vitória no ‘Clássico do Veneno’ no dia 31 de março, na última rodada. O detalhe é que se o time treinado por Allan Aal voltar de Curitiba com mais uma vitória, para ‘sepultar’ o Trio de Ferro da Capital, se livra por completo do risco de rebaixamento e pode voltar para casa dentro da zona de classificação para as semifinais do segundo turno. Logo, dependeria só de si na última rodada para avançar no torneio. A euforia do torcedor não é para menos. Na última quarta, o CCR quebrou a invencibilidade do Coritiba, dono da segunda melhor campanha do campeonato e último time a ser derrotado no Estadual.

Allan Aal, técnico do CCR. Foto Luciano Neves 

Mas Allan Aal prefere manter o discurso de humildade. Ele quer os pés no chão tanto no jogo deste domingo contra o Paraná Clube quanto no jogo de domingo que vem contra o Futebol Clube Cascavel (FCC), no Olímpico. Segundo ele, o foco ainda é a manutenção da equipe na primeira divisão. “Pensamos jogo a jogo e precisamos manter a humildade. Desde que eu retornei aqui para o Cascavel Clube Recreativo, a gente sempre conversou sobre as nossas limitações, as nossas dificuldades financeiras e estruturais. O presidente (Tony Di Almeida) sempre foi muito claro comigo e eu fui muito claro com ele. O primeiro objetivo nosso era manter o clube na primeira divisão. A gente vai pensar jogo a jogo, é óbvio que a gente entra em todo o jogo para vencer. E não é fácil. É preciso ter uma entrega 100%, como ocorreu contra o Coritiba, e fomos recompensados”, disse Alan.

Na classificação geral, o CCR tem a sexta melhor campanha com doze pontos. Se o campeonato terminasse hoje dessa maneira o time cascavelense teria uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro do ano que vem. Mas, por hora, o CCR se preocupa com quem está abaixo nessa classificação. Se pontuar diante do Paraná pode acabar essa rodada sem risco de queda. Aí sim, passa a olhar a parte de cima da tabela de classificação no Grupo B, com o desejo mais aguçado de buscar conquistas muito maiores neste Paranaense.

Perdeu o veneno?

E agora Serpente Aurinegra? Essa é uma pergunta que o torcedor passou a fazer depois de presenciar uma derrota do Futebol Clube Cascavel (FCC) por 1 a 0, dentro de casa, no Estádio Olímpico. Se fosse só essa derrota, não teria tanto problema. Antes dela vieram dois resultados negativos. O FCC não conseguiu pontuar no segundo turno do Campeonato Paranaense. São três derrotas consecutivas no Estadual e o clube vai cumprir tabela nas duas rodadas finais do turno. Neste domingo (24), visita o Cianorte, às 16 horas, no Estádio Albino Turbay. Cumprirá a tabela na Taça Dirceu Krüger, já que não tem mais chances matemáticas de alcançar as semifinais do segundo turno. O time é o lanterna do Grupo B com zero pontos. E quatro equipes somam seis pontos.

Mas o FCC terá duas verdadeiras decisões nas rodadas derradeiras. Apesar da situação adversa, a Serpente Aurinegra ainda busca uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro. Isso porque terá dois confrontos diretos contra o Leão do Vale e Cascavel Clube Recreativo (CCR), na última rodada. Para isso, a saída é uma só: vencer os dois jogos. Isso porque somou onze pontos no primeiro turno do Estadual. Se vencer os dois adversários, termina o campeonato com 17 pontos e fica à frente de ambos. Aí precisará secar outros concorrentes como o Rio Branco de Paranaguá, algoz do FCC na última quinta.

Aliás, os números mostram a distinção do FCC nos dois turnos do Paranaense. Após a derrota para o Coritiba nos pênaltis, na semifinal da Taça Barcímio Sicupira, o time degringolou. Na visão do técnico Paulo Foiani, o elencou sofreu um abalo psicológico. “Você visualizar o primeiro turno que a gente fez e perder para o Coritiba da forma que nós jogamos, dá a se entender que o emocional ainda está abalado desde aquele jogo”, disse.

Milagre

Só um milagre salva o Foz do Iguaçu do rebaixamento no Campeonato Paranaense. Na rodada de quarta-feira, o Azulão da fronteira só empatou em 0 a 0 com o Toledo, no Estádio do ABC. Este, aliás, tem sido o grande problema do Foz: falta de bola na rede. Em nove partidas, o time só conseguiu marcar um gol de pênalti. Logo, a equipe tem seis derrotas, dois empates e uma vitória. A lógica é simples: se não marca gols não tem como ganhar. Dessa maneira, o time aparece na lanterninha da competição com apenas cinco pontos ganhos na classificação geral.

Isso significa que só um milagre evita o rebaixamento. E terá que ser um milagre, do tipo, bem milagroso. Por exemplo: ser campeão do segundo turno. Se vencer os dois jogos que restam, o Foz somará onze pontos, que podem livrá-lo do rebaixamento. Mesmo assim corre o risco de ter uma campanha inferior a algum de seus concorrentes diretos. O que poderia salvar o Foz de maneira plena era se classificar para as semifinais do segundo turno, faturar a Taça Dirceu Krüger e decidir o título do Paranaense com o Toledo. Só assim teria a imunidade. Só que para este milagre acontecer, o Foz precisa derrotar o Athletico-PR neste sábado (23), às 18 horas, dentro da Arena da Baixada. Logo o Furacão que embalou neste segundo turno e conseguiu três vitórias consecutivas. O que falta ao Foz sobra no Athletico. O time tem 15 gols marcados nestes três jogos. Se o Furacão vencer o Foz na quinta rodada da Taça Dirceu Krüger rebaixa matematicamente o representante da fronteira.

Porco x Tubarão

Neste segundo turno, o Toledo também não consegue repetir a campanha da primeira metade do Estadual. Campeão da Taça Dirceu Krüger e finalista do Paranaense, o time de Agenor Piccinin acumula duas derrotas e um empate. Por isso, vai usar os dois jogos que restam para se preparar para a decisão. Neste domingo (24), o time volta a jogar em casa e recebe o Londrina, às 16 horas, no Estádio 14 de Dezembro. Por outro lado, o Tubarão faz boa campanha. Aparece na segunda posição do Grupo A com sete pontos e uma vitória pode até render uma classificação antecipada para as semifinais do turno.

Outros jogos

A quinta rodada da Taça Dirceu Krüger tem mais dois jogos neste domingo (24), ambos às 16 horas. O Coritiba, que vem de derrota para o CCR, recebe o Rio Branco, que superou o FCC, no Couto Pereira. Os dois times somam seis pontos no Grupo B, mas o Coxa ainda tem melhor saldo de gols e lidera essa chave. CCR e Cianorte também têm seis pontos.

Pelo Grupo A, o Operário pega o Maringá no Germano Krüger. O Fantasma foi derrotado por 3 a 0 pelo Furacão e precisa da vitória para seguir vivo na briga por uma vaga nas semifinais. Já o Maringá vive situação dramática. São três derrotas consecutivas no segundo turno, a última delas para o Londrina no meio de semana. O time é o vice-lanterna na classificação geral com nove pontos.

Grupo A

Grupo B

Classificação geral