O técnico Nei Victor fez uma observação interessante sobre a posição final na tabela de classificação da primeira fase do Campeonato Paranaense da Chave Ouro. Essa constatação reforça a tese de que o regulamento da competição é injusto. O Cascavel Futsal, de Nei Victor, terminou a fase inicial em sexto lugar com os mesmos 40 pontos de Foz Cataratas, o quarto colocado, e Campo Mourão, que ficou com a quinta posição.
Nei Victor questionou o regulamento da seguinte forma: “Meu time ficou em sexto lugar com os mesmos 40 pontos do Foz e do Campo Mourão, mas com uma vitória a mais (13 do Cascavel Futsal contra 12 dos dois concorrentes). Só que ficamos atrás pelo critério do goal average. Eu acho que vou ter que estudar um pouco mais para entender como as pessoas que fazem o regulamento decidem este tipo de situação”, criticou o treinador.
É claro que Nei Victor se baseou em situações mais conhecidas como, por exemplo, o Campeonato Brasileiro. No campeonato nacional de futebol, em caso de empate por pontos, o primeiro critério de desempate é o número de vitórias. Mas o regulamento da Chave Ouro de futsal privilegia os times com o maior equilíbrio em quadra. O índice do goal average é determinado a partir do número de gols marcados dividido pelo número de gols sofridos. É como se fosse um saldo de gols. É essa estatística que deixou a Serpente Tricolor em sexto lugar. O número de gols marcados é semelhante aos outros dois concorrentes. Porém a defesa do time de Nei Victor foi mais castigada que os concorrentes.
E é justamente por isso que o Cascavel Futsal cruzar com o Marreco de Francisco Beltrão, o mesmo adversário das semifinais do Estadual passado. Os dois times farão o jogo de ida do ‘mata-mata’ nesta segunda-feira (05), às 19h30, no ginásio da Neva. O jogo de volta está programado para o próximo sábado (10), às 20h30, em Francisco Beltrão.
Por falar em regulamento, Nei Victor fez outra observação pertinente para o Cascavel Futsal. As fases de mata-mata da Chave Ouro vão repetir o formato da edição passada. Em caso de dois resultados iguais, a decisão da vaga será nos pênaltis. O detalhe é que estes resultados iguais não levam em conta o número de gols marcados. Se os dois jogos terminarem empatados, pênalti. E se cada time vencer uma partida, independente do placar, também haverá decisão por pênaltis. Ou seja, se o Cascavel Futsal vencer o primeiro jogo em casa, já levará o jogo de volta para as penalidades, mesmo que seja derrotado por dez gols de diferença. “Nesse regulamento, você fazer o primeiro jogo em casa não parece ser um mau negócio”, comentou o treinador. E é nisso que Nei Victor acredita para avançar para as semifinais do Estadual mais uma vez.
O que não ajuda é o retrospecto recente de confrontos de ‘mata-mata’, ou seja, decisões em jogos de ida e volta. A Serpente Tricolor chegou na final da Chave Ouro pela última vez em 2014, quando perdeu o título para o Guarapuava. De lá para cá, o time vivenciou cinco decisões em jogos de mata-mata, contando com o duelo recente com o Joinville, pela Liga Nacional, e só consegui vencer o Campo Mourão, nas quartas da edição passada da Chave Ouro. Depois disso, ainda em 2017, cruzou com este mesmo Marreco nas semifinais e sofreu duas derrotas, sendo eliminado da competição.
O Cascavel Futsal vai tentar contornar essa estatística, vencer o jogo de ida e passar a jogar pelo empate no jogo de volta no próximo dia 10, transferindo toda a responsabilidade para o Marreco, que teve campanha melhor na primeira fase – foi o terceiro colocado com 53 pontos – e é o atual vice-campeão paranaense.
Para o jogo de ida, o treinador terá um time mais robusto. Ele terá a volta do goleiro Ramon, do fixo Rafael e dos artilheiros Issamu, que tem 14 gols, e Ronaldo, que marcou dez vezes na Chave Ouro.