O presidente interino da câmara de vereadores de Londrina, Ailton Nantes, exonerou ontem os três assessores de Mário Takahashi que ele havia exonerado e depois nomeado novamente como assessores da presidência.
Assim que assumiu a presidência da câmara no lugar de Mário Takahashi, que foi afastado por medida judicial, Nantes exonerou todos os assessores do colega que é réu na operação ZR3 do Gaeco, que investiga suposta organização criminosa na mudança de zoneamentos em Londrina. Após a mídia divulgar as exonerações três deles foram novamente nomeados, mas a ação foi descoberta dias depois pela imprensa e divulgada nos tele jornais da Tarobá. Ontem o presidente interino resolveu exonerar novamente os três assessores de Mário.
Esse vai e vem só aumenta as suspeitas de que as nomeações não eram embasadas apenas em questões técnicas de cada assessor, mas também políticas e o políticas aqui não tem o significado republicano da palavra. Me parece óbvio que nomear assessores de um vereador afastado pela justiça, ainda mais quando este é acusado de atos de corrupção, é algo deplorável no ponto de vista moral. Sem contar o fato do vereador afastado estar proibido de entrar no prédio da câmara. Não consigo aceitar que "ex"assessores do vereador Mário participassem de reuniões onde eram discutidas questões como a comissão processante que pode resultar na cassação do "ex"-chefe deles.
Resumindo, um papelão que o presidente interino não precisava ter colocado em sua conta. Essa exoneração agora me parece um suspiro de bom senso do legislador, mas não sabemos ao certo o tamanho do estrago. Não sabemos o quanto essa nomeação pode ter contaminado os processos internos até então. Que fique claro que essa dúvida não se trata de maldade minha, essa dúvida só existe graças a essa infeliz e reprovável atitude de seu Ailton Nantes e nomear para a assessoria da presidência assessores de um vereador afastado.
Para concluir, não estou afirmando que os assessores beneficiaram de alguma maneira Mário, nem que fizeram qualquer tipo de lobby com outros vereadores, ou que tiveram acesso a documentos supostamente comprometedores, ou que repassaram informações para beneficiá-lo, não, só estou dizendo que a situação não permite nem que tenhamos este tipo de dúvidas. O brasileiro precisa entender que nem tudo que é legal é moral. Existe muita coisa que ainda não foi positivada pelo direito não é aceitável pela sociedade. Pelo jeito devemos propor uma nova lei, a que afaste os assessores junto com os políticos.