O vereador Filipe Barros está sentindo um pouco do próprio veneno. Neste caso injetado pela língua. Noticiamos na TV Tarobá que ele está processando um padre que teria o chamado de homofóbico e racista. Indignado Filipe foi correndo processar penal e civilmente o tal padre.
Confesso que fiquei um pouco confuso com a postura do vereador. Primeiro porque ele é conhecido por sua lábia polêmica nos embates, comumente rotulando pessoas. No entanto, esse mesmo vereador não admite que o mesmo seja praticado contra ele. Reparem que não estou entrando no mérito da ideologia do vereador, que confesso concordar em algumas partes, mas da maneira como defende essa ideologia.
Filipe Barros incentiva a pratica criminosa de bullying, chama grevistas de vagabundos criando irrefutável prova da prática de difamação, mas não aguenta quando o tal do bullying, que ele tanto gosta, é aplicado contra ele? Difama mas não suporta uma injúria? É fato que não devemos neutralizar um crime com o outro, apesar da lei até permitir isso em alguns casos específicos, como no caso de crimes contra a honra como os supostamente praticados pelo vereador e pelo padre, mas é de se notar uma enorme falta de lógica na forma de agir do vereador. Ficou do tipo... fala, fala, fala, mas quando alguém bate o pé sai correndo em posição fetal para o colo da mamãe, esperava que batesse no peito e suportasse um pouco mais do que ele aplica contra os outros.
O que não pode é que a guerra de ideologias ultrapasse o limite da civilidade. Atitudes extremas incentivam medidas extremas. Hoje é calúnia e injúria, mas e amanhã? Dano e lesão corporal? Homicídio e chacina? Estamos diante da mais contundente prova de que o radicalismo, independente da ideologia, só leva à desgraça coletiva. Quer combater a ideologia de gênero, a direita ou a esquerda e tantas outras coisas? Faça, mas faça com sabedoria para não transformar o bem em mal, os ensinamentos de Deus em guerra santa.
Oremos.