José Lima Castro Neto, este é um dos onze nomes que aparecem na lista de investigados do Gaeco na operação ZR3, que apura casos de corrupção em mudanças de zoneamento em Londrina. O Lima Castro do José não é mera coincidência quando analisamos que um dos promotores de defesa do patrimônio público de Londrina se chama Renato Lima Castro. Os dois são parentes, José seria primo de Renato. O que isso tem de extraordinário? De fato nada. Afinal não podemos escolher as decisões que cada um de nossos parentes ou amigos venham a tomar. No entanto, no país em que vivemos o normal é extraordinário e o extraordinário é normal.
No Brasil quem devolve uma carteira com dinheiro vira notícia nacional. Quem deixa o número do telefone no vidro de um carro estacionado depois de dar uma batidinha mesmo que de leve é tido como alicerce da moralidade. Por outro lado, parece não gerar estranheza respeitar a velocidade somente quando observamos a fiscalização ou jogar a ponta do cigarro pela janela do carro (cena recorrente no trânsito). Percebam a inversão dos valores.
Me parece que neste caso, do primo do promotor, por mais que pareça normal aos próprios integrantes do Gaeco investigar o parente de um colega de trabalho, confesso que é algo digno de destaque. Na minha humilde opinião serve para dar ainda mais credibilidade aos trabalhos, na medida que ninguém é poupado. Registra-se que foi o próprio Renato que se afastou da investigação.
O que vou escrever agora pode passar despercebido aos olhos de muitos ou gerar estranheza a outros, mas espero, sinceramente, que José não pague nada a mais do que de fato deve simplesmente por ser primo de Renato. Digo isso porque é absolutamente normal, no poder judiciário, advogados amigos de juízes terem um trabalho muito mais árduo quando em audiência presidida pelo amigo magistrado porque esse não quer que pairem dúvidas sobre a lisura e a imparcialidade de seu trabalho.
Pra finalizar, investigar o primo do colega é obrigação do Gaeco, mas não deixa de ser algo digno de uma nota de admiração.
Nas próximas postagens volto a este assunto, vamos tratar da possibilidade de Renato voltar a participar das investigações nas demais fases da ZR3, sem parentes nas próximas fases me parece que não há motivos para ele não voltar, concordam?