Terminou nesta sexta-feira o prazo para o Gaeco concluir o inquérito sobre a primeira fase da operação ZR3. Foram apenas dez dias desde que o judiciário concedeu medidas preventivas contra os investigados, como o uso das tornozeleiras. Judicialmente falando até que seria possível discutir um prazo maior, já que dez dias se aplica quando o investigado está preso, mas como não há uma pacificação sobre o tema os promotores preferiram não arriscar. Eles seguiram o prazo mais curto, que favorece em tese o investigado, evitando assim futuro questionamento sobre a legalidade da operação.
Além de forçar um ritmo alucinado para concluir as oitivas e a papelada dessa primeira fase, o prazo curto de dez dias também acelerou uma outra discussão, a participação do promotor Renato Lima Castro nas demais fases da ZR3. Como sabemos, o próprio promotor afastou-se da operação depois que o nome de um primo surgiu entre os suspeitos. Foi ele também que respondeu os jornalistas quando questionado sobre o assunto, tratando o tema com total transparência. Por isso, me parece, caso não haja mais relação do primo com os demais casos apurados em outras fases, que o promotor reassuma seu lugar de trabalho na operação no já escasso aparato humano que compõem o MPPR.
Sabendo da importância de cada integrante do Gaeco, das particularidades de cada ser humano e que juntos formam um time de relevância nacional no combate a corrupção, me parece que a ausência de um membro não é o melhor a acontecer para a sociedade londrinense nesse momento. É de conhecimento público as características do promotor Renato, não melhores nem piores que as dos colegas, mas imprescindíveis para essa fase, de apuração, de levantamento de informações e denúncias que chegam todo dia e a toda hora em grandes quantidades tanto a imprensa como ao MP.
No entanto é preciso validar sua participação. Por isso, é importante que o Conselho Superior do Ministério Público ou o coordenador geral da instituição venha a Londrina ou se informe sobre as demais fases da operação legitimando ou não a participação do promotor. A operação ZR3 é uma ótima oportunidade de passar a limpo muito do que foi feito de errado nessa importante cidade do sul do Brasil. Assim sendo, é preciso ter todo o aparato a serviço do cumprimento da lei e do combate ao crime. Disponibilizar o promotor nas demais fases, na minha opinião, é colocar o bem da coletividade em primeiro lugar, já que, poucos estão se aproveitando do trabalho de muitos para acumular riquezas na medida que a cidade cresce e zoneamentos são alterados de forma isolada para a ilegal valorização de terrenos e empreendimentos no ramo imobiliário.
A cidade está afundando em alagamentos, congestionamentos, falta de infraestrutura e tantos outros problemas causados pelo crescimento desordenado provocado, em parte, por esse escuso leilão de zoneamentos. O momento é de somar esforços contra a corrupção. Se não for ilegal ou imoral, o que me parece não ser, já que a população da sinais diários de apoio aos trabalhos do MP e o envolvimento do primo do promotor se restringiu a primeira fase, que Renato Lima Castro volte a fazer o que melhor sabe fazer. Amado ou odiado é fato que nos principais combates a corrupção da história de Londrina seu nome sempre esteve lá e sempre do lado dos que estavam combatendo os corruptos, que não seja diferente agora.