Com mais de 100 mil casos confirmados, o Paraná decretou na semana passada situação de emergência em saúde pública para dengue. O número de pacientes com suspeita da doença cresce diariamente, porém a semelhança dos sintomas com os da Covid-19 e da gripe, pode levar o paciente a iniciar a automedicação.
O médico intensivista e diretor técnico do Policlínica Hospital de Cascavel, Ricardo Silveira Yamaguchi, alerta para a importância do acompanhamento médico para evitar o agravamento do quadro, bem como do risco da ingestão de medicamentos não indicados para a dengue, por exemplo. “A busca de auxílio médico é importante para afastar quadros graves da doença, independentemente de ser dengue ou Covid. No momento atual, a dengue apresenta um aumento muito maior de casos no Oeste do Paraná, porém algumas cidades com temperaturas mais amenas vivem um aumento importante também dos casos de Covid. Frente à dificuldade na diferenciação das duas doenças, é muito importante evitar a automedicação, pois o uso de anti-inflamatórios, principalmente que contenham AAS, pode agravar a evolução da dengue”, alerta o médico.
Como diferenciar as doenças?
A semelhança das características de quadros de dengue e Covid se apresenta principalmente no início da infecção. Os sintomas iniciais das duas doenças são: febre, cefaléia (dor de cabeça), perda do apetite, indisposição e dor no corpo. “Essas semelhanças tornam muito difícil diferenciá-las. Porém, alguns sintomas são mais evidentes em uma do que em outra, e algumas características dos sintomas podem variar entre elas, por exemplo a dor de cabeça na dengue costuma ser bem localizada na região retro orbitária, isto é, na região atrás dos olhos, assim como a dor no corpo costuma ser mais importante na dengue, chegando, muitas vezes, a limitar a mobilidade da pessoa”, explica.
A dengue apresenta ainda sinais na pele, o que facilita a diferenciação. “Outra característica da dengue é o aparecimento de manchas vermelhas no corpo, também chamadas de exantema, ou mesmo devido à queda nas plaquetas no sangue em alguns pacientes, o aparecimento de petéquias, que são pequenos pontos vermelhos secundários a pequenos pontos de sangramento nos tecidos abaixo da pele”, ressalta.
A Covid se diferencia pelo impacto nos sentidos. “Os sintomas mais característicos de uma gripe forte, coriza, dor de garganta e tosse são mais proeminentes e podem vir acompanhados de perda de olfato e paladar, isto é, a perda da capacidade de sentir cheiro e/ou gosto das coisas”, completa.
A recomendação de especialistas é que, ao apresentar sintomas que possam indicar a suspeita de qualquer uma das doenças, o paciente busque atendimento médico para garantir diagnóstico e tratamento ideais para cada quadro.
