Um dos principais temas do 16° Festival de Dança de Londrina é a manipulação de informações no universo virtual e suas consequências nefastas no plano individual e coletivo. A atração da noite desta sexta-feira (12) mergulha no centro desta questão. “Quando se calam os anjos”, da Curitiba Cia de Dança, transporta para o palco questões cênicas e dramatúrgicas que realçam um universo pós-moderno no qual o humano chega à falência, no qual os encontros são marcados pelo descaso e desprezo para com o outro. A apresentação única ocorre às 20 horas no Teatro Ouro Verde, com ingressos a R$10 e 5 (meia-entrada), disponíveis nos três pontos de venda do Festival: Funcart, Loja Shop Ballet (em horário comercial) e na bilheteria do Teatro Ouro Verde (a partir das 16 horas). A classificação indicativa é de 16 anos.
Obra da Curitiba Cia de Dança com coreografia de Airton Rodrigues, “Quando se calam os Anjos” tem cenas criadas e recriadas num jogo de luz, sons e movimentos, e a dramaturgia se constrói tendo como ingredientes a inquietude, a ironia, a sensualidade e a fisicalidade dos corpos poéticos desta jovem companhia, fundada em 2013. Nicole Vanoni, diretora artística do grupo e também bailarina do espetáculo, comenta que a obra partiu da indignação com a indiferença frente à violência impregnada na sociedade e o sentimento de impotência que, de certa forma, nos exime da responsabilidade por este estado de coisas. O espetáculo traduz essa angústia, essa incapacidade de lidar e resolver questões nada sutis da vida moderna.
Além do movimento bastante autoral desenhado na coreografia de Airton Rodrigues, destaca-se na montagem a construção visual, com o uso de telas de smartphones e espectros holográficos em contraste com o figurino em tons terrosos e nudes, que imitam a pele.
A companhia - A Curitiba Cia de Dança foi criada em 2013 por Nicole Vanoni e um grupo de artistas de origem e experiências diferenciadas, que se aglutinam ao redor da ideia de experimentação, pesquisa e criação em dança contemporânea, e na diversidade de experiências com coreógrafos diferentes. A primeira obra coreográfica da Cia, “A Lenda das Cataratas”, com concepção de Rafael Zago, surgiu em 2014 e participou de festivais no Brasil e no exterior. Estreando no segundo semestre de 2017, “Memória de Brinquedo”, uma vitoriosa parceria entre a companhia e o renomado coreógrafo brasileiro Luiz Fernando Bongiovanni, veio mais uma vez retratar as preocupações e provocar o espectador em relação ao mundo moderno e tecnológico. No segundo semestre de 2018, o grupo estreou o espetáculo “Cirandas”, baseado nas cirandas de Villa-Lobos, em uma turné pelo oeste do Estado do Paraná.
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(Com informações N.com / Fotos: Willian Abin)