O diretor Luca Guadagnino compartilhou nesta quinta-feira as primeiras informações sobre a sequência de seu aclamado "Me Chame Pelo Seu Nome", indicado a quatro categorias no Oscar 2018. Conforme o italiano, a ideia é fazer mais dois filmes para obter uma trilogia e a decisão foi tomada a partir do conteúdo do livro homônimo de André Aciman no qual o longa é baseado. Na obra, publicada em 2007, as páginas finais têm um salto temporal e narram 20 anos da vida de Elio (Thimotée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer) após os acontecimentos do verão em que se conheceram. "É uma indicação de que o autor poderia ter a intenção de continuar a história", analisou o cineasta.
No segundo filme, Guadagnino quer abordar a epidemia da Aids: enquanto o livro é ambientado no auge da doença, em 1987, para a adaptação, o diretor mudou a data para 1983, período em que o vírus HIV foi descoberto. "Será uma parte relevante da história. Eu acho que Elio será um cinéfilo, e eu gostaria de vê-lo no cinema assistindo à 'Uma vez mais', de Paul Vecchiali, de 1988. É sobre um homem que se apaixona por outro depois que ele deixa a esposa e foi o primeiro filme francês a abordar a AIDS", analisou. "Esta poderia ser a primeira cena da sequência", disse.
O diretor também defendeu que "Me Chame Pelo Seu Nome" pode ser entendido como "o primeiro capítulo da narrativa da vida dessas pessoas que nós encontramos no filme". "E se este capítulo inicial é uma história de amadurecimento, de um jovem que começa a se tornar homem, talvez o próximo seja sobre seu posicionamento no mundo, o que ele quer e o que sobrou do seu 'eu' do passado, anos depois do soco emocional que o tornou quem ele é?", completou. Por fim, o cineasta de 46 anos comentou que visa ter como resultado algo semelhante à "Trilogia do Antes", do norte-americano Richard Linklater.
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