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Boogarins grava três canções em imersão

24 dez 2017 às 09:52
Por: Estadão Conteúdo

Por dois dias, o Boogarins se deixou imergir. Em uma proposta do descoladíssimo festival pernambucano Coquetel Molotov, a banda goiana se encontrou com o público inscrito gratuitamente para uma oficina no Instituto Federal de Pernambuco (o IFPE), em Belo Jardim, município localizado no agreste pernambucano, na região da Vale do Ipojuca, durante os dias 26 e 27 de outubro. O festival ocorreu na cidade pela terceira vez. No Recife, neste ano, o Coquetel Molotov chegou à 14.ª edição.

A proposta ao Boogarins era contextualizar a produção e criação dos três discos deles (As Plantas Que Curam, Manual e Lá Vem a Morte). Além disso, banda e público participante, ao final de dois dias imersos no estúdio, teriam criado canções originais gravadas totalmente por celular, em um processo já experimentado pela banda na gravação do terceiro álbum deles, de 2017.

O resultado ganha vida. São três faixas, O Último Fade Out, Nunca Vá e Vai Suave, todas razoavelmente distante esteticamente do material produzido pelo Boogarins nos seus álbuns próprios. São como primos que partilham uma parcela genética.

Benke Ferraz, guitarrista do Boogarins, explica que a ideia desse processo vivo da criação musical atraiu a banda ao projeto. "Foi baseado em um lance totalmente caseiro e espontâneo", explicou. David Henrique, também conhecido como Birigui, integra a banda Virgulados, uma das responsáveis por agitar a cena musical de Belo Jardim, assina letra e vocais da existencialista O Último Fade Out, celebrou o resultado. "As músicas foram captadas, recicladas e reinventadas a partir de coisas simples", disse. "Foi uma experiência necessária para quem produz música."

O Último Fade Out tem sua força nas guitarras perturbadas a tornar Birigui um arauto de um tempo que já se foi. Hannah Carvalho, do selo recifense PWR, assume as baquetas enérgicas na canção que profetiza o fim do mundo. Nunca Vá, na contramão, traz colagens eletrônicas que levam a voz de Ana Cordeiro para um ambiente estético de bandas como o Dirty Projectors. Habita, na faixa, o pessimismo corrente. "Quando o assunto é o amor, nunca vá até o limite", repete, como mantra. Por fim, Vai Suave mantém a ideia do looping, mas a viagem é outra, mais soul, graças à linha de baixo de Raphael Vaz, do Boogarins, que desenha um riff poderoso e arisco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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