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Idosos representarão 32% da população brasileira até 2060

05 jun 2019 às 11:19
Por: Unimed Cascavel

 De acordo com o Estatuto do Idoso, a chamada “terceira idade” começa aos 60 anos. Mas o perfil das pessoas dessa fixa etária vem mudando nos últimos anos, como explica Carlos André Uehara, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: “O conceito de velho ficou parado no tempo. A gente vem evoluindo, as pessoas estão chegando em melhores condições aos 60 anos”. Na prática, isso significa que hoje em dia as pessoas chegam aos 70 anos em condições iguais ou melhores do que as que chegavam aos 60 na década de 1990, por exemplo.

O novo perfil de idosos no Brasil é de pessoas cada vez mais ativas, independentes e preocupadas com a saúde. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a expectativa de vida dos brasileiros alcançou em 2018 a maior média da história: 72 anos e 5 meses para os homens e 79 anos e 4 meses para as mulheres; um salto de 22 anos em relação ao registrado na década de 1960, quando a média de longevidade era de 54 anos.

Ainda de acordo com o IBGE, até 2060 a população com mais de 60 anos mais do que dobrará e atingirá 32,1% do total de habitantes. Hoje, pessoas da terceira idade representam 13,44% dos 208,4 milhões de brasileiros. “No Brasil, tendemos a convergir para o nível de expectativa de vida de países desenvolvidos, que estão na faixa dos 83 anos. É uma diferença ainda considerável, mas, se pensarmos que existem países na faixa dos 50 anos, vemos que estamos mais próximos dessa faixa superior”, explica o pesquisador do IBGE Marcio Minamiguchi. A tendência é de que esse aumento continue de forma gradual, porém mais lenta, uma vez que o salto dado no passado foi fruto, sobretudo, de uma forte queda na mortalidade infantil. 

Uma das razões é que as novas gerações estão se beneficiando da ciência e de condições de vida que não existiam antigamente. “Nós avançamos muito em conhecimento sobre cuidados para conter o envelhecimento, em relação à atividade física e à alimentação, bem como em tratamentos disponíveis para doenças crônicas não transmissíveis, que são as doenças dos idosos, e isso tudo possibilita que as pessoas cheguem em melhores condições à faixa dos 60 anos e tenham mais qualidade de vida por mais tempo”, ressalta Uehara.

Outra explicação para a percepção e que a sociedade brasileira está envelhecendo são as transições demográfica e epidemiológica pelas quais o país vem passando. “Inicialmente, os ganhos se davam pela redução da mortalidade entre os mais jovens, em função da própria natureza dos óbitos, o que não necessita de grandes avanços tecnológicos, mas de consciência da importância da água potável – e do soro caseiro – para as crianças, sobretudo na década de 1980”, explica Minamiguchi. “Melhores condições de infraestrutura e as vacinas ajudaram bastante nesse processo, e deixamos de ter como principais causas de mortalidade as doenças infecciosas”, complementa Uehara.

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Os desafios na saúde

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Carlos André Uehara, os serviços de saúde tem sido implementados na lógica da doença aguda: o indivíduo vai ao médico, pega um remédio e sai curado. Mas é preciso pensar no cuidado e na prevenção. “Temos que tratar doenças que não são curáveis, mas que podem ser controladas, como a hipertensão e o diabetes, para que não evoluam com sequelas, como infarto e derrame, já que as principais causas de óbitos no Brasil são relacionadas a doenças cardiovasculares”, exemplifica. 

Agora prevalecem doenças crônicas não transmissíveis, como pressão alta, diabetes, alguns tipos de câncer, doença pulmonar e as classificadas como doenças articulares”, comenta. “O grande desafio é acompanhar a longo prazo os pacientes que estão envelhecendo, com periodicidade adequada às características do idoso.” Isso porque o envelhecimento é heterogêneo, dependendo do perfil de cada um.

Chegar de forma saudável à terceira idade é resultado de uma série de cuidados durante toda a vida. Segundo o profissional, apenas 20% dos fatores estão relacionados a questões genéticas e 80% são causas externas (ter hábitos saudáveis, alimentação balanceada, praticar atividades físicas, não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, além e ter acesso a bons serviços de saúde e saneamento básico. “A relação com a comunidade, com a família e com a espiritualidade também contribuem. Geralmente, as pessoas que passam a barrira dos 100 anos são mais resilientes do que as demais”, explica.

Palavra do geriatra

“Não é nenhuma novidade que o processo de envelhecimento da população brasileira caminha rapidamente e sem dúvida, é um dos principais desafios para os sistemas de saúde no Brasil. Falando em números absolutos de uma população que em 2030, será de 41,5 milhões, 18% da população com mais de 60 anos. Hoje, 29,4 milhões, ou seja, 14,3%.

Estamos diante também, nestes quase 30 milhões de idosos, de uma população com um perfil diferente. E quem é esse novo velho? É o idoso que vivencia a revolução digital e consequentemente a exclusão digital, por não saber sequer usar um smartphone, muitas vezes com dificuldades para usar um caixa eletrônico do banco. Esse novo velho também vive na chamada escravização terapêutica. Tem que fazer dieta, tem que fazer exercício. Tem que ser um superidoso, não. Na verdade devemos ter o equilíbrio na forma como encaramos os desafios de envelhecer para não perder a autoestima.

Neste perfil, temos também o novo velho brasileiro que vive sozinho, que se reinventam. Buscam seus próprios caminhos, não vivem de soluções milagrosas, que cuidam da sua saúde não são se escravizam, ao contrário, fazem seus tratamentos e convivem com suas doenças, muitas vezes comuns quando a idade chega. É neste grupo que encontramos pessoas com mais de 60 anos que namoram, viajam e que  vivem a vida plenamente, entendem que, a vida só termina quando a  morte chegar. Então, é preciso viver intensamente.

Encontramos diferentes formas de encarar o avanço da idade, mas é fato que o perfil do novo velho brasileiro é mais ativo. Não dá para negar o envelhecimento. Podemos dizer que há sim uma riqueza na longevidade e a forma como encaramos o desafio do ‘bem envelhecer’ é que fará a diferença.” – Douglas Crispim, médico geriatra e membro da Associação Sênior de Apoio à Saúde (Asas).

Longevidade ao seu alcance

A Unimed Cascavel tem iniciativas voltadas à promoção da saúde e da qualidade de vida dos idosos. A maioria das ações integra o projeto Idoso Bem Cuidado, com atividades que propõem um modelo inovador de atenção a esse público. A intenção é oferecer um cuidado integral por meio dos pilares da Atenção Primária, adotando medidas que contam com o apoio de uma equipe multidisciplinar para conduzir os participantes a um processo de envelhecimento ativo, garantindo a prevenção, a reabilitação e o bem-estar. 

O projeto reforça o conceito do Jeito de Cuidar Unimed, como explica Cassio Franco, coordenador de Medicina Preventiva da Unimed Cascavel: “O principal objetivo do projeto é fazer com que o idoso participante mantenha ou até melhore a independência. Além disso, as atividades também melhoram a cognição, o condicionamento físico, o convívio familiar e social, estimulando a qualidade de vida”. 

Idoso Bem Cuidado

As oficinas de alimentação, memória, pilates e dança, bem como as consultas médicas e o acompanhamento de enfermagem, são oferecidos no espaço da Associação Médica de Cascavel. As palavras da dona Rosina Johann resumem a essência do Idoso Bem Cuidado: “Eu gosto de tudo aqui, porque tudo isso nos faz bem. Eu sempre dou muito valor ao que é feito em favor dos idosos e aproveito para participar. Porque a vida da gente deve ser aproveitada com qualidade”.

Anjos da vida

Para cercar todos os públicos com a melhor assistência possível, a Unimed Cascavel também oferece o projeto Anjos da vida, direcionando beneficiários portadores de condições crônicas e com internações frequentes. Composto por uma equipe multiprofissional de médico, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta, técnicos de enfermagem e nutricionista, o projeto oferece monitoramento especial a beneficiários diabéticos, hipertensos e pós-cateterismo cardíaco. 

Cuidadores idosos

Consciente da necessidade de habilitar pessoas para auxiliar quem vive cada vez mais, a cooperativa também realiza palestras gratuitas para cuidadores de idosos de Cascavel. O curso de cuidadores de idosos ensina noções de primeiros socorros. As práticas são oferecidas em parceria com o Senac. O Curso 72 horas de duração, divididas em 24 encontros. Os alunos aprendem sobre alimentação, higiene, conforto, bem-estar, ambiente domiciliar e institucional, envelhecimento e saúde. O único custo para participar é na hora da inscrição, quando os interessados fornecem apenas um pacote de fralda geriátrica. 

Cuidar de você. Esse é o plano.




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