O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-PR) põe à disposição do setor produtivo dois boletins técnicos contendo avaliações de fungicidas utilizados para o controle da mancha branca do milho segunda safra. As obras trazem resultados de ensaios realizados nos principais centros produtores do Paraná, abrangendo o período de 2016 a 2019.
De acordo com o engenheiro-agrônomo Adriano Augusto de Paiva Custódio, há mais de 40 anos vem sendo relatada a presença de mancha branca em lavouras de milho, mas a doença cresceu em importância no início da década de 1990, e se tornou a mais importante doença foliar da cultura nos últimos anos. “É atualmente um dos principais fatores limitantes à produção, especialmente na segunda safra”, explica o pesquisador, que é também o principal autor dos boletins.
A doença tem potencial para reduzir em 60% a produtividade em lavouras de híbridos suscetíveis, o que leva ao uso de fungicidas. “É um dos principais métodos de controle atualmente empregados na cultura desde o início dos anos 2000”, afirma Custódio.
De acordo com ele, para controlar doenças foliares nas lavouras de milho os produtores fazem, em média, duas aplicações de fungicidas na safra, e uma na segunda safra. “Havia cerca de 30 produtos registrados para a cultura em 2013, número que saltou para 126 em 2019. Daí a necessidade de conhecer a eficiência do controle e os ganhos de produtividade”, afirma.
O Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento estima 2,2 milhões de hectares cultivados com milho nesta segunda safra, com expectativa de colher em torno de 12,4 milhões de toneladas.
AVALIAÇÃO – A primeira obra apresenta resultados da avaliação de fungicidas nas safras 2016 e 2017 em Londrina e Campo Mourão, uma cooperação entre IDR-PR e Coamo. Já a segunda, abrangendo os anos de 2018 e 2019, é resultado de uma rede de ensaios ampliada, envolvendo outras 12 entidades que conduziram experimentos em 13 municípios do Estado.
Fungicidas são moléculas que bloqueiam o desenvolvimento dos fungos e impedem que a doença se manifeste. Dependendo da forma de ação, atuam em apenas um ou em vários pontos do metabolismo desses microrganismos, denominados “específicos” ou “multissítios”.
No total, os estudos analisaram o desempenho de 23 tratamentos, envolvendo fungicidas de sítio específico, multissítios e suas combinações, testados nos diversos estágios de severidade da doença, explica Custódio.
Baixe gratuitamente a versão em PDF do informe “BT 93 - Eficiência de fungicidas no controle da mancha branca do milho – segunda safra 2016 e 2017” e “BT 94 - Eficiência de fungicidas no controle da mancha branca do milho – segunda safra 2018 e 2019”. (anexo as publicações para o link)
A rede de ensaios resultou de parceria que envolveu a Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Federal do Paraná (UFPR); as cooperativas Coagru, Cocari, Copacol, Copagril e Integrada; e as empresas Agroensaio, Tagro, Terra PR e G12Agro. O projeto cooperativo vem ganhando a adesão de outras entidades e, a partir deste ano, passa a ser conduzido em todas as regiões produtoras de milho safrinha no Brasil.
AEN