O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a criação de uma nova linha de capital de giro para cooperativas agropecuárias, no âmbito do produto BNDES Crédito Rural. Com uma demanda estimada de até R$ 1 bilhão para a Safra 2023/2024, a solução busca ampliar as opções de crédito para o setor, complementando os recursos disponibilizados via Plano Safra.
A nova linha usa recursos do BNDES e terá opções de custo baseadas em taxas pré e pós fixadas, além da possibilidade de indexação da dívida em variação cambial, especialmente pelas cooperativas que possuem receita em dólar ou atreladas à moeda norte-americana.
Para operações protocoladas até 31 de março de 2024, serão oferecidas também condições diferenciadas, como prazo de pagamento de até 5 anos e carência de até 1 ano para cooperativas que exerçam atividades em municípios que tenham decretado estado de emergência ou calamidade, reconhecido pelo Governo Federal, a partir de janeiro de 2021.
As condições temporárias visam atender a cooperados de todo o país afetados pelos extremos climáticos durante a atual safra, assim como nas duas safras anteriores. A partir de abril de 2024, a linha irá operar com prazo de pagamento de até 2 anos e carência de até 6 meses.
“O esforço do BNDES é trilhar um caminho inédito de reconstrução da economia local, criando condições favorecidas para cooperativas poderem superar o dramático impacto que as secas prolongadas e, sobretudo, as enchentes estão promovendo em diversas áreas do território brasileiro”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
A previsão é de que a Linha Crédito Cooperativas esteja em operação a partir do próximo dia 17, na rede de mais de 70 instituições financeiras credenciadas ao BNDES com atuação em todo o país.
Essa nova linha do BNDES soma-se às ações do Governo Federal previstas na Medida Provisória 1189/2023 para auxiliar localidades atingidas pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o início de setembro e estão em fase de regulamentação.
"Com as estiagens ocorridas nos últimos anos na região Sul, os produtores rurais tiveram elevada perda de renda, acarretando dificuldades para saldar compromissos com as cooperativas agropecuárias. A regra transitória possibilitará um prazo adequado para reestruturação financeira dos sistemas cooperativos”, explicou Caio Barbosa, chefe do Departamento de Canais de Distribuição e Parcerias do BNDES.