Parece haver um consenso de que suco de laranja e carne serão os setores mais afetados. O agronegócio, de forma geral, sentirá os efeitos do tarifaço mais fortemente. A CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos) afirma que a tarifa representa aumento de 533% no valor da tonelada exportada, hoje em US$ 415. A Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados) informou que 70% das exportações do setor vão para os EUA, e que não há um plano B para compensar a demanda que pode ser perdida.
O setor de frutas frescas também se preocupa. Cerca de 77 mil toneladas de frutas brasileiras que aguardam exportação para os Estados Unidos correm risco de estragar ou de serem comercializadas abaixo do preço de mercado. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), que fica em Piracicaba (SP), a manga será o principal produto afetado, já que o período de exportação começa em agosto.
A indústria vai sofrer. A exportação de aviões da Embraer, por exemplo, pode ser severamente impactada, com produtos custando até R$ 50 milhões a mais. Siderurgia e produtos minerais não metálicos também podem sofrer impactos.