Os países produtores de cacau pediram à União Europeia pelo menos mais dois anos para cumprir os novos regulamentos europeus sobre o desmatamento, previstos para entrar em vigor a partir de 30 de dezembro de 2024. A lei visa garantir que os grãos importados pela Europa não provenham de áreas desmatadas após dezembro de 2020.
No começo de setembro, os ministros brasileiros da Agricultura, Carlos Fávaro, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, encaminharam à Comissão Europeia uma carta para pedir o adiamento da lei no bloco, considerada "punitiva" aos países produtores de commodities. Eles alegam que a medida poderia afetar 30% das exportações brasileiras à Europa, o equivalente a 15 bilhões de dólares (R$ 83,5 bilhões).
A lista de produtos no alvo das novas regras inclui soja, óleo de palma, madeira, couro, carnes bovinas, café, borracha e cacau. Na declaração assinada na sede da Organização Internacional do Cacau, em Abidjan (Costa do Marfim), os países produtores da matéria-prima do chocolate consideram que os prazos de implementação são "irrealistas no quanto aos requisitos do regulamento, que vão desde a geolocalização das plantações até ao estabelecimento de um sistema abrangente de rastreabilidade" da produção.