Os combates no leste da Ucrânia pioraram, com as tropas recuando em ao menos três pontos do front, informou um alto general de Kiev neste domingo (28).
Via Telegram, Oleksandr Syrskyi disse que seu contingente assumiu novas posições a oeste dos vilarejos de Berdychi, Semenivka e Novomykhailivka.
A pressão russa se intensifica enquanto Kiev aguarda a chegada de novas armas do Ocidente.
"A situação no front piorou", escreveu Syrskyi em uma rede social. Segundo ele, soldados russos atacam de diversas direções e estão em maior contingente e mais bem equipados, o que tem lhes rendido "conquistas táticas".
Nos últimos dias, as tropas de Moscou têm anunciado a tomada de diversos vilarejos no leste ucraniano, bem como avanços em regiões ainda em disputa. Ainda neste domingo, a informação mais recente no lado russo era da conquista de Novobakhmutivka em Donetsk, ao norte de Avdiivka, que está sob domínio russo desde fevereiro deste ano.
O avanço russo tem sido confirmado por observadores da guerra. "A Rússia deve ter ganhos táticos significativos nas próximas semanas, enquanto a Ucrânia aguarda a chegada do apoio americano no front", consta de análise do americano Instituto para os Estudos da Guerra (ISW). "Mas continua a ser improvável que as forças russas passem por cima da defesa ucraniana."
Após meses de bloqueio, os Estados Unidos aprovaram na semana passada um pacote no valor de R$ 61 bilhões em ajuda à Ucrânia
Apelo urgente por armas
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pediu mais uma vez ao Ocidente a entrega de armas de defesa aérea. Bombardeios na noite de sexta para o sábado teriam danificado gasodutos, segundo ele.
Apesar dos apelos ucranianos, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, tem se recusado a fornecer mísseis Taurus a Kiev. O país aliado, contudo, concordou em disponibilizar um terceiro sistema de defesa aéreo do tipo Patriot – a tecnologia americana capaz de deter mísseis balísticos russos é altamente desejada por Zelenski.
Segundo o jornal americano The New York Times, a Rússia também investiu nos últimos dias contra a infraestrutura ferroviária ucraniana, em uma estratégia para atrasar a chegada de armas americanas.
O ministro de Defesa russo, Sergei Shoigu, foi claro sobre a tática: "Vamos aumentar a intensidade dos ataques a centros logísticos e bases de armazenamento de armas do Ocidente", disse na terça-feira.
Kiev, ao mesmo tempo, tem retaliado com drones, atacando refinarias russas de óleo e gás, bem como outros alvos em território russo – o dano exato provocado desses ataques é desconhecido, já que o Kremlin controla rigorosamente informações do tipo.