Uma mulher acusada de infanticídio é julgada pelo Tribunal do Júri em Londrina, nesta quinta-feira (3). O caso ocorreu em 2016 quando a ré era menor de idade.
De acordo com a denúncia, a acusada teve o bebê no banheiro de casa e desmaiou. Ao recobrar os sentidos, enrolou o recém-nascido em uma blusa e deitou ao lado dele no quarto. A denúncia afirma ainda que a mulher colocou a criança em uma sacolinha de papel e ficou deitada na cama até ser encontrada.
Laudo da necropsia apontou que o bebê morreu por falta de cuidados, sofreu hemorragia, teve hipotermia e falta de oxigênio.
Uma amiga e a mãe da ré foram ouvidas durante a manhã. A amiga disse que a acusada contou que estava grávida e ela e o namorado tinham decidido comprar um medicamento abortivo. No entanto, a testemunha não soube dizer se a acusada tomou o remédio. A mãe da ré afirmou que não sabia da gravidez e que não ouviu nenhum barulho no dia que a filha teve a criança.
Em depoimento à Justiça, a acusada afirmou que, na época dos fatos, ela e o namorado eram menores de idade e que ela tinha um péssimo relacionamento com a mãe. Para não preocupar ainda mais a família, pois o irmão estava preso em Curitiba, a acusada decidiu esconder a gravidez.
A ré contou ainda que depois do parto desmaiou e como estava se sentindo fraca, decidiu deitar com o bebê ao lado.
Conforme o Código Penal Brasileiro, o crime de infanticídio é caracterizado em estado puerperal logo após o parto. O período traz diversas alterações físicas e psicológicas às mulheres, que pode gerar uma grande variação hormonal, sendo muito comum a ocorrência de depressão pós-parto.
Caso o júri aceite a denúncia e decida pela condenação, a ré poderá receber pena que varia de dois a seis ano de prisão.