O ataque ao Colégio Helena Kolody, em Cambé, completou dois anos nesta quinta-feira (19). O crime, que resultou na morte de dois alunos, Karoline Verri Alves e Luan Augusto da Silva, chocou o Brasil e deixou marcas profundas na comunidade escolar.
As vítimas, que eram namorados, estavam no pátio da escola quando um ex-aluno entrou armado e disparou diversas vezes. O invasor disse à portaria que buscaria seu histórico escolar. Karoline e Luan foram as primeiras pessoas atingidas. O criminoso afirmou não ter qualquer relação com os dois.
Karoline morreu no local. Já Luan foi socorrido e levado ao Hospital Universitário de Londrina, mas faleceu na madrugada do dia 20 de junho devido à gravidade dos ferimentos.
Após o episódio, a escola passou a funcionar como um colégio cívico-militar e conta agora com a presença de um sargento responsável pela segurança. Além disso, os estudantes têm acesso a apoio psicológico durante todo o período escolar.
O atirador
O atirador, de 21 anos, foi preso em flagrante no dia do ataque, mas na noite do dia seguinte, foi encontrado morto dentro da cela, na Casa de Custódia de Londrina. Ele estava preso com outro rapaz suspeito de ajudá-lo a planejar o crime. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os dois eram os únicos presos nesta cela.
Fé
As famílias de Karoline e Luan são muito ativas na comunidade católica de Cambé, e transmitiram isso para os adolescentes. Eles faziam parte do grupo de oração de jovens Lummi.
O padre Rafael Solano, de Londrina, reconhece que o casal é um exemplo a ser seguido pelos jovens dentro da igreja; a Arquidiocese de Londrina reconheceu Karoline e Luan como intercessores e inspirações para a juventude de todo o país.
Perdão
As famílias das vítimas entendem que o casal tinha uma missão no mundo e foi chmado por Deus. A mãe de Karoline e o avô de Luan disseram que não têm rancor e que perdoaram o autor dos disparos, que morreu na Casa de Custódia dois dias após o ataque. "Nós perdoamos porque perdão não é um sentimento. Perdão, assim como o amor, é uma decisão", disse Keller Alves, mãe de Karoline, em uma entrevista em 2024.