A destruição provocada pelo tornado em Rio Bonito do Iguaçu não devastou apenas casas e estruturas públicas, o comércio local também foi duramente atingido, e muitos empresários ainda tentam entender como recomeçar após perder tudo.
Para reconstruir uma cidade, não basta recuperar moradias. Fazer a economia voltar a girar é parte essencial do processo de retomada. Em Rio Bonito do Iguaçu, dezenas de estabelecimentos foram impactados, e os comerciantes contabilizam prejuízos que ainda não conseguem dimensionar.
Celso, por exemplo, viu 26 anos de trabalho da família virarem um amontoado de entulho em poucos minutos. A empresa, que empregava 25 funcionários diretos, está completamente destruída. A dúvida sobre quanto custará reconstruir tudo ainda paira, mas o certo é que empresários como ele também vão precisar de apoio para reerguer seus negócios.
Outros comerciantes tentam retomar as atividades de maneira gradual. Mônica, proprietária de uma loja de móveis, teve poucas perdas no espaço físico, mas seu estoque foi amplamente comprometido. Ela conseguiu reabrir as portas na última segunda-feira, porém o movimento foi muito baixo, reflexo de uma cidade ainda em choque e com parte da população concentrada em necessidades mais urgentes.
Segundo o secretário das Cidades, Guto Silva, a recuperação econômica será uma das prioridades do governo estadual a partir desta semana. Entre as medidas anunciadas, estão linhas de financiamento emergenciais com juros subsidiados pelo Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), ampliado por lei para atender empresas e cooperativas em situações de calamidade pública.
Por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), as empresas poderão solicitar financiamentos acima de R$ 800 mil para capital de giro ou investimentos. As condições incluem juro zero, carência de 36 meses e prazo de até 120 meses para pagamento, medidas consideradas essenciais para impedir o fechamento definitivo de dezenas de negócios locais.
O Sebrae também compõe o comitê de crise e trabalha na elaboração de um plano de apoio empresarial, analisando o cenário e levantando as principais demandas dos empreendedores afetados.
A expectativa é que, com as medidas emergenciais e a mobilização conjunta entre governo, setor produtivo e entidades de apoio, Rio Bonito do Iguaçu consiga iniciar um processo de reconstrução que vá além da infraestrutura, alcançando também a sustentabilidade econômica, crucial para que a cidade se reerga de fato.