A Clínica-Escola do Transtorno do Espectro Autista (CETEA) de Cascavel celebrou nesta semana a inauguração de um jardim sensorial, um espaço inédito na cidade, voltado à promoção da inclusão por meio do contato com a natureza.
Localizado na Avenida Guaíra, no bairro Jardim Tropical, o ambiente foi idealizado para transformar estímulos naturais, como texturas, cores, aromas, sons e plantas, em ferramentas terapêuticas e educacionais. A estrutura foi desenvolvida por uma equipe multidisciplinar, formada por pedagogos, terapeutas ocupacionais e arquitetos.
A diretora do CETEA, Maricley Feo, destacou que o projeto foi elaborado em conjunto com a Secretaria de Saúde. Segundo ela, o jardim veio como “um presente” para a instituição. Maricley explicou ainda que cada espaço do jardim possui uma função específica voltada ao trabalho com os alunos, e ressaltou que todas as entidades envolvidas colaboraram com dedicação e carinho.
O vice-prefeito Henrique Mecabô considerou a obra simbólica, por ter sido viabilizada pelo poder público, mas executada pela sociedade civil. Ele também afirmou que o exemplo pode inspirar outras escolas de Cascavel a implantarem espaços semelhantes, ampliando a proposta pela cidade.
Uma das idealizadoras do projeto, Idilsa Fermo, presidente do CAUT (Centro de Apoio, Convivência e Defesa dos Direitos dos Autistas), ressaltou a importância da iniciativa como um avanço concreto na inclusão e valorização da diversidade. “É muito importante porque ajuda eles a se desenvolverem mais rápido. A maioria dos autistas tem dificuldade com toques e texturas”, afirmou.
O espaço foi projetado para atender pessoas com e sem deficiência, especialmente aquelas com Transtorno do Espectro Autista, promovendo desenvolvimento sensorial, aprendizagem e bem-estar, por meio da imersão em um ambiente natural e acolhedor.
A construção do jardim sensorial contou com a parceria do Departamento Penitenciário, que envolveu apenados na obra por um período de 90 dias. A iniciativa reforça também o aspecto de ressocialização.
Segundo Thiago Oliveira, diretor da 8ª Regional da Polícia Penal, os apenados foram liberados das unidades prisionais para trabalharem na execução da obra. Ele explicou que os detentos escolhidos estão próximos do fim da pena e recebem um dia de remição para cada três dias trabalhados.
Além de oferecer um novo recurso terapêutico para os atendidos pela Clínica-Escola, o jardim sensorial representa um marco simbólico: o compromisso da cidade com a inclusão, acessibilidade e inovação nas áreas de saúde e educação.