A reconstituição do confronto que terminou com a morte de dois jovens em Londrina, marcada para a manhã desta sexta-feira (10), foi suspensa pela segunda vez, após horas de espera e discussões entre advogados, familiares e autoridades. O caso aconteceu em maio de 2022, na PR-445, em frente à Universidade Estadual de Londrina (UEL), quando policiais militares da Companhia de Choque efetuaram cerca de 50 disparos contra o carro das vítimas.
O procedimento seria realizado na lateral do Instituto Médico-Legal (IML), no Jardim Europa, zona sul da cidade, mas acabou interrompido por decisão judicial. O cancelamento ocorreu após o advogado de defesa dos policiais pedir a exclusão do sobrevivente do confronto da simulação.
Outro motivo foi a proibição de filmagens durante o procedimento, o que gerou nova discussão e aumento da tensão entre as partes. Delegados, investigadores e o promotor de Justiça deixaram o local sem falar com a imprensa.
O confronto investigado resultou nas mortes de Anderbal Campos Bernardo Júnior, de 21 anos, e William Jones Faramilio da Silva, de 18. Eles estavam num veículo Cruze e se dirigiam a um shopping da cidade. Outro rapaz, que na época tinha 23 anos, também foi atingido pelos disparos, mas sobreviveu.
Desde então, familiares das vítimas realizam protestos pedindo justiça e responsabilização dos policiais envolvidos.
Essa foi a segunda vez que a reconstituição foi adiada. Inicialmente, era para ela ter sido realizada no local onde o confronto aconteceu, na PR-445. O advogado Eduardo Miléo, que representa os policiais, afirmou que a mudança de local, da PR-445 para o IML, foi necessária por segurança, já que o caso ganhou grande repercussão nas redes sociais.
Ainda não há nova data para a realização da reconstituição.