Setembro é o mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos. Um único doador pode salvar até oito vidas, mas isso só é possível com a autorização da família.
O médico Matheus Takahashi explica que há uma série de etapas médicas e legais que precisam ser cumpridas: "Toda vez que tem um paciente com suspeita de morte encefálica, tem toda uma equipe que faz uma avaliação, feita com médicos diferentes, e só após a conclusão de todas essas etapas é ofertada para a família do doador a possibilidade da doação de órgãos."
Atualmente, cerca de 78 mil pessoas aguardam por um transplante de órgãos no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, apesar de o país ter batido recorde em 2024, com mais de 30 mil doações, a demanda ainda supera a oferta. O principal obstáculo segue sendo a recusa familiar.
Nanci Vieira, que apoia a causa, lembra que há alguns anos carregava em sua carteira de identidade a indicação de que desejava ser doadora. Hoje, no entanto, essa vontade só se concretiza se os familiares estiverem cientes e autorizarem. “Se a pessoa quer doar, a família tem que respeitar, né?”, comentou Nanci.
Matheus Takahashi ainda explica que, mesmo com os altos números de transplantes no Brasil, o total de procedimentos precisaria praticamente dobrar para sanar a fila de espera.
Por isso, especialistas reforçam a importância de manifestar em vida a intenção de ser doador de órgãos. Um ato de empatia e generosidade que pode transformar o destino de várias pessoas.