O Ministério Público do Paraná denunciou 17 pessoas investigadas por possível envolvimento em casos de “fura-fila” da vacinação contra a Covid-19 em Apucarana. A investigação começou após o flagrante de desvio de doses por uma falsa enfermeira que atuava como voluntária no município.
De acordo com a denúncia, oferecida nesta segunda-feira (31), a falsa enfermeira, exerceu ilegalmente a profissão de técnica de enfermagem e teria aplicado a vacina, entre 16 de abril e 11 de maio, em pelo menos 12 pessoas que não preenchiam os requisitos dos grupos prioritários.
Ela foi contratada pelo então, coordenador da Vigilância Epidemiológica do município. Além disso, investigações apontaram que o coordenador também teria aplicado a vacina, no início deste ano, no filho de outro servidor - não integrante de nenhum grupo prioritário – por ocasião da imunização em uma casa de repouso de idosos do município.
Todos os envolvidos, sendo três deles, servidores públicos, foram denunciados, inclusive a proprietária da casa de repouso onde ocorreu a vacinação indevida, uma vez que ela teria conhecimento da conduta ilícita. O coordenador de epidemiologia foi afastado do cargo.
Os agentes públicos e os particulares indevidamente beneficiados foram denunciados pelos crimes de peculato e infração de medida sanitária. Para quem recebeu as doses ilegalmente, o Ministério Público propôs acordo de não persecução penal, após pagamento de de R$ 22 mil por cada um dos réus.
Além da condenação criminal, a Promotoria de Justiça pediu que o coordenador da Vigilância Epidemiológica seja afastado da função pública, bem como seja proibido de manter contato com as testemunhas e ter acesso às dependências da Autarquia Municipal de Saúde e aos locais de vacinação.