Os professores Universidade Estadual de Londrina (UEL) Maria Carolina de Godoy e Frederico Augusto Garcia Fernandes, do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas, do Centro de Letras e Ciência Humanas (CCH), foram eleitos como conselheiros da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Maria Carolina foi eleita como secretária adjunta da regional do Paraná e Fernandes para a vaga de suplente na grande área de Humanidades. A representante de Humanidades escolhida pelas associações foi Andrea Zhouri, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Com a mudança de estatuto da SBPC, as associações filiadas podem indicar até dois representantes por grande área, diferente do que ocorre nas eleições para a Diretoria, que consistem numa votação feita pelos associados. Os dois professores eleitos compõem a Associação Nacional de Pós-Graduação em Linguística e Literatura (Anpoll). A SBPC tem 54 associações filiadas, das mais diversas áreas do conhecimento, como o Fórum de Humanidades – nome reduzido para a sigla Fórum de Ciências Humanas e Sociais, Sociais Aplicadas, Letras, Linguística e Artes (FCHSSALLA).
De acordo com Fernandes, as expectativas para o mandato, de três anos, são atuar na luta pelo aumento dos repasses federais para as pesquisas em Humanidades por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Hoje, temos uma avaliação muito utilitária das ciências, como se os investimentos em Humanas hoje rendessem dinheiro amanhã. Isso é uma falácia”.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA- Outras pautas de grande importância são a discussão ética a respeito das pesquisas na grande área. Atualmente, alguns pontos importantes para as pesquisas de Humanidades não são contemplados pelo Comitê de Ética do Ministério da Ciência e Tecnologia. “Estamos conseguindo, via Congresso Nacional do Fórum das Associações, estabelecer que somente os estudos clínicos sejam submetidos à apreciação do Comitê de Ética”.
Um ponto de grande debate na área, a submissão das pesquisas em Humanidades às áreas de inovação e tecnologia (como pré-requisito para financiamento por meio dos órgãos federais) também merecerá a atenção dos representantes.
Para isso, Fernandes aposta na sensibilização da comunidade acadêmica e do Governo Federal. “As pesquisas em Humanidades estão submetidas cada vez mais a uma lógica mercadológica e pragmática, que muitas vezes não corresponde aos seus objetivos.”
A professora Maria Carolina, que assume a regional do Paraná com a secretária Carolina Arruda de Oliveira Freire, do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), avalia que é muito importante ocupar esse espaço no fortalecimento de ações em prol do conhecimento científico. “Como pesquisadora da área de Letras, considero fundamental dar visibilidade às pesquisas e manter diálogos com outras áreas do conhecimento”, ressalta.
