Diego Hypolito, ex-ginasta brasileiro, revelou em entrevista exclusiva ao programa Estação Band FM detalhes sobre sua experiência nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008. Durante a conversa, Hypolito compartilhou momentos de sua trajetória e as dificuldades que enfrentou após a desclassificação, incluindo um incidente marcante.
"Acho que minha história foi toda construída por Deus. Se alguém dissesse que eu iria chegar aos meus primeiros Jogos Olímpicos como favorito, cair e só ganhar uma medalha olímpica oito anos depois, eu não acreditaria", contou Diego.
Ele relembrou a queda que sofreu na final do solo em Pequim, momento que marcou profundamente sua carreira e vida pessoal. “Fui cruel comigo mesmo. Não era um criminoso, era um garoto de 20 anos com uma enorme responsabilidade sobre os ombros”.
Diego falou sobre como a pressão de ser um atleta de elite afetou sua saúde mental, algo que não era amplamente discutido na época. "Hoje em dia, temos mais consciência sobre depressão e crises de ansiedade. Naquela época, era diferente. Se você errasse, você era um fracasso. Não havia incentivo, apenas críticas. Isso me afetou muito", conta.
O ginasta também relembrou a recepção calorosa que teve ao voltar ao Brasil após os Jogos de Pequim, algo que o emocionou profundamente e lhe deu forças para continuar. "Quando cheguei no aeroporto Santos Dumont, estava lotado de pessoas me esperando. Isso me fez continuar, foi um momento especial que valorizo muito”, avalia.
Contudo, um mês após a eliminação, o atleta se surpreendeu com a atitude de uma pessoa: "Me recordo de algo muito surreal. Sempre gostei de balada, de sair, mesmo sendo atleta. Sou feliz, gosto de viver”, explica.
“Um mês após os Jogos, fui a uma balada específica encontrar alguns amigos. Uma pessoa chegou e me perguntou o que eu estava fazendo ali após cair, e me deu um tapa na cara. Eu caí de lado no chão. Isso ficou muito marcado na minha cabeça. Ao mesmo tempo que há um lado positivo da carreira, também há o negativo”, diz.
Diego continuou, explicando como o incidente o afetou. "Fiquei tão nervoso e isso me fez perceber que, além da gratidão das pessoas que me apoiam, existe também um fanatismo louco. Hoje tenho uma vida mais tranquila, as pessoas me reconhecem e ainda me acham mais bonito”, brincou.
Além das dificuldades, o comentarista destacou a importância de valorizar quem o apoia e de manter-se afastado de quem não lhe faz bem. "Adoro valorizar quem me valoriza. Quem não gosta de mim, não vou criticar, só não vou estar perto. Ninguém é obrigado a gostar", completou.