Mesmo com o receio de uma nova onda de contaminação, países que ainda registram infecções e mortes pela covid-19 tentam retomar a rotina. Ontem, pelo menos 1,5 milhão de crianças voltaram às aulas em 50,5 mil escolas na França. Na Itália, a partir da semana que vem, bares, restaurantes e salões de beleza, poderão voltar a funcionar.
As escolas francesas estão abertas desde segunda-feira, quando professores voltaram a suas atividades e prepararam o retorno dos alunos de creches e do primário - as unidades ficaram fechadas por um mês e meio. No entanto, o número de estudantes que retomaram a rotina representa menos de um quarto do total de 6,7 milhões de alunos do ensino fundamental na França.
A previsão do governo francês é que os estudantes do ensino médio voltem antes do fim do mês, mas isso dependerá da taxa de contaminação de suas regiões nas próximas semanas.
Há cidades, porém, que estão relutantes, assim como professores, que apelam ao direito de não trabalhar por considerar que há risco à saúde. Pais também têm medo de enviar seus filhos às escolas e, como o retorno é opcional, muitos decidiram manter os filhos em casa.
O governo estabeleceu um protocolo de segurança de 60 páginas que deve ser seguido pelos diretores de escolas. As classes só poderão ter 15 alunos cada uma. As regras também preveem que os professores usem máscaras e lavem as mãos repetidamente, incentivando os alunos a fazerem o mesmo. O retorno também é escalonado, com salas divididas em duas e estudantes se alternando a cada semana entre aulas presenciais e a distância.
Na Itália, um dos países mais afetados pela pandemia, o governo anunciou ontem que bares, restaurantes, cabeleireiros e salões de beleza poderão reabrir na próxima semana. As autoridades regionais terão a autorização para suspender as restrições a partir do dia 18.
A liberação para que cada região faça a sua abertura veio após pressão de líderes locais sobre o primeiro-ministro, Giuseppe Conti, depois de o país registrar o menor nível de infecção em dois meses - ontem, foram registradas na Itália apenas 172 mortes - no auge, o governo italiano chegou a ter quase mil mortos por dia.
"O primeiro-ministro aceitou nosso pedido de autonomia", disse Giovanni Toti, líder de centro-direita da região da Ligúria. "Seguindo em frente, usando o bom senso, todos começaremos novamente juntos", disse ele ao jornal The Independent. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.