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Na cúpula da Otan, Trump ataca aliados e exige que UE gaste mais com Defesa

12 jul 2018 às 09:05
Por: Estadão Conteúdo

A relação entre EUA e Europa sofreu um novo abalo nesta quarta-feira, 11. O presidente americano, Donald Trump, atacou os europeus na abertura da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas. Ele acusou a Alemanha de ser "refém" da Rússia, em razão de sua dependência energética, e chamou os aliados de "delinquentes" por gastarem pouco com Defesa.

"São delinquentes para mim, porque os EUA tiveram de pagar por eles", disse Trump, durante café da manhã com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, antes da cúpula. A crítica é uma reivindicação antiga do governo americano, incluindo do ex-presidente Barack Obama.

Os EUA querem que os europeus gastem no mínimo 2% do PIB em Defesa até 2025, como acertado na cúpula do País de Gales, em 2014. Nesta quarta, porém, Trump exigiu que o acordo fosse cumprido "imediatamente". Em reuniões privadas, o presidente americano foi além e sugeriu que os aliados deveriam gastar até 4% do PIB em Defesa - os EUA pagam 3,57%.

Ainda durante o encontro com Stoltenberg, Trump criticou duramente a Alemanha, que estaria, segundo ele, "nas mãos da Rússia em razão do gás natural e da energia que recebe por meio do gasoduto Nord Stream 2, que deve dobrar até 2020 a capacidade russa de exportar gás para os alemães.

"A Alemanha gasta 1% (na verdade 1,3%) e os EUA, 4% (na verdade 3,57%). E a Otan beneficia muito mais a Europa do que os EUA", reclamou o americano. "Para que serve a Otan se a Alemanha paga à Rússia bilhões de dólares por gás e energia?"

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À tarde, em Bruxelas, quando Angela Merkel e Trump estiveram frente a frente, o tom foi mais ameno. A alemã foi diplomática ao responder às declarações do americano. Ela lembrou que a Alemanha estava livre do controle russo desde a queda do Muro de Berlim e citou a própria juventude na Alemanha Oriental para dizer que estava "feliz" por viver em liberdade. "Nós conduzimos nossas políticas e podemos tomar decisões independentes", afirmou.

Já o americano nem parecia o mesmo. "Temos um relacionamento muito bom com a chanceler. Temos um relacionamento fantástico com a Alemanha", declarou o presidente. "Estamos tendo uma ótima reunião. Estamos discutindo gastos militares e falando sobre comércio."

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi mais veemente. "Senhor presidente, aprecie seus aliados, porque você não tem tantos assim", disse o polonês. "O senhor não deve ter dúvidas, senhor presidente, dinheiro é importante, mas solidariedade genuína é mais."

A cúpula da Otan marca o início de uma nova turnê de Trump pela Europa, onde ele se reunirá com a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, e com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na terça-feira, na Finlândia.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, especialistas lembraram que sucessivos presidentes americanos reclamaram do nível de investimentos dos europeus em Defesa. A diferença, de acordo com eles, é que Trump tem, na realidade, objetivos comerciais por trás dos protestos.

O que mais incomoda o presidente americano seria o déficit comercial de seu país com a UE, de US$ 151 bilhões, e os programas de cooperação na área militar, que farão com que países como França e Alemanha comprem ainda menos material da indústria bélica americana no futuro.

"As críticas já fazem parte da diplomacia de Trump. Suas declarações vêm sendo violentas contra os europeus para tentar mudar a política de investimentos na Otan", afirma Jean-Pierre Maulny, cientista político do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris), de Paris.

"O principal objetivo é não só que os europeus aumentem suas despesas militares, mas que aumentem suas despesas militares em equipamentos dos Estados Unidos. É a mesma questão do G-7. A segurança dos europeus não lhe interessa muito, mas sim as questões econômicas e comerciais", concluiu Maulny.

Para Christian Lequesne, professor do Centro de Pesquisas Internacionais do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences-Po), a relação entre Defesa e comércio é clara. "O que Trump faz é estabelecer vínculos entre os assuntos militares e outros, em especial o comércio", explica. "Seu alvo preferencial, a Alemanha, o enerva porque mantém um superávit na balança comercial com os EUA." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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