A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira, 30, emergência de saúde pública de interesse internacional pelo surto do novo coronavírus. Identificado pela primeira vez em dezembro, na China, o vírus já infectou mais de 7,8 mil pessoas, das quais 170 morreram. A decisão foi tomada pela diretoria da entidade após a consulta a um comitê formado por especialistas de todo o mundo, que se reuniu por mais de sete horas na tarde desta quinta, em Genebra.
O comitê de emergência já havia se reunido duas vezes na semana passada, mas, na ocasião, chegou à conclusão de que “era muito cedo” para declarar alerta global. O argumento foi de que, embora já configurasse uma emergência na China, o surto ainda estava muito localizado e não representava uma ameaça internacional.
O cenário, no entanto, se agravou na última semana. Embora mais de 98% das infecções tenham sido registradas em território chinês, o número de países com casos confirmados vem aumentando todos os dias. Já são 18 nações além da China com registros da infecção. Em três delas (Alemanha, Japão e Vietnã), o vírus contaminou pessoas que não estiveram em território chinês, o que indica transmissão interna nesses locais, cenário que aumenta o risco de propagação global.
Esse foi o motivo pelo qual o diretor-geral da OMS decidiu reconvocar o comitê de emergência. "Embora o número de casos em outros países seja relativamente pequeno em comparação com o registrado na China, devemos agir juntos. Não sabemos o tipo de dano que esse vírus pode causar se ele se espalhar em um país com um sistema de saúde mais frágil. Por isso, declaro emergência em saúde pública internacional", declarou o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
No Brasil, ainda não há casos confirmados de coronavírus, mas o Ministério da Saúde investiga pelo menos nove possíveis infecções em seis Estados brasileiros.