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Índice do Ipardes registra desaceleração de 1,45% da inflação no Paraná em junho

06 jul 2023 às 11:29
Por: Agência Estadual de Notícias
- Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

Com queda de -1,45% em junho, após desaceleração observada em maio, o Índice de Preços Regional do Paraná - Alimentos e Bebidas, calculado todo mês pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), confirma desinflação significativa.


Contrastando com a taxa positiva média de 0,16% no período anterior, a redução foi vista em todos os seis municípios que compõem o índice: Londrina (-1,71%), Ponta Grossa (-1,55%), Foz do Iguaçu (-1,50%), Curitiba (-1,46%), Maringá (-1,30%) e Cascavel (-1,16%).


Em junho, entre os 35 produtos da cesta básica avaliada pelo IPR, as principais influências na queda foram do tomate, óleo de soja, leite integral, banana-caturra e pão francês. Os maiores decréscimos foram observados nos preços da banana-caturra (-10,58%), feijão carioca (-9,69%) e tomate (-8,98%).


A redução de preço da banana-caturra – 13,17% em Londrina, 13,10% em Foz do Iguaçu, 11,96% em Curitiba, 10,91% em Cascavel, 10,81% em Ponta Grossa e 5,98% em Maringá – foi influenciada pelo aumento da produção, que ampliou a oferta da fruta, assim como o ocorrido com o tomate, pela aceleração da safra de inverno, explica o coordenador de Pesquisas Periódicas e Editoração do Ipardes, Marcelo Antonio.


Em nível municipal, o tomate, o leite integral e o óleo de soja foram preponderantes entre as principais contribuições percentuais – cada item tem um peso diferente na composição do indicador, com queda em quase todas as cidades, à exceção de Foz do Iguaçu.

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Antonio explicou que a redução no preço do leite teve destaque após movimentos atípicos observados em 2023, com altas no início do ano e quedas no fim do primeiro semestre. “Essa redução mensal foi impulsionada pelo aumento da importação de lactos, pela redução do consumo interno e pela queda nos custos da pecuária leiteira, especialmente o custo do milho, do farelo de soja, que são insumos essenciais para essa atividade”, explicou.


PREÇOS MAIS ALTOS – A batata-inglesa destacou-se como a maior alta mensal, de 18,19%, seguida do alho (3,40%) e do açúcar (2,75%). O maior aumento mensal da batata-inglesa foi registrado em Curitiba, 25,60%, seguido de Cascavel (24,83%). Em Ponta Grossa, Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu os preços foram majorados em 17,34%, 17,01%, 14,22% e 10,85%, respectivamente.


Entre os motivos para a elevação desse alimento, diz Marcelo Antonio, é que o Estado entra na reta final da safra das águas – ou de verão –, o que gera restrição na oferta do tubérculo.


ACUMULADO – O principal impacto desses números que apontam desinflação pode ser visto no índice acumulado em 12 meses, que soma a sétima queda consecutiva, concluindo esse período com variação de 2,01%.


Nessa métrica, a maior variação regional entre julho de 2022 e junho de 2023 ocorreu em Maringá, com 3,17%, seguida por Londrina (2,40%), Cascavel (2,26%), Curitiba (2,18%), Foz do Iguaçu (1,52%) e Ponta Grossa (0,49%).


Em relação aos alimentos e bebidas mais impactados nos últimos 12 meses, verificou-se que os itens com maiores altas no Estado foram o biscoito (29,94%), ovo de galinha (26,02%) e tomate (24,26%). Em sentido oposto, foram apurados preços menores em óleo de soja (-40,47%), peito de frango (-19,92%) e cebola (-14,07%).


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Ao assinalar que o índice relativo a todo o Paraná marcou, em julho de 2022, um número próximo a 22%, Marcelo Antonio explica que a desaceleração da alta dos preços acumulados em 12 meses ainda não resultou em mudança no quadro de preços relativos, ainda altos. “O decréscimo de alta não significa que os preços voltarão a patamares de 2019, mas que o aumento será menos intenso, podendo ter novos casos de quedas futuras no cenário de alimentos e bebidas”, explicou.


Segundo o coordenador do Ipardes, nos últimos anos vários fatores contribuíram para o aumento dos custos de produção dos alimentos e, assim, para a elevação dos preços ao consumidor. “Entre eles estão a pandemia de Covid-19 em 2020, que elevou a demanda por alimentos, a estiagem em 2021, que reduziu a oferta de produtos e, em 2022, o aumento do preço de fertilizantes, pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que impactou custos e contribuiu para o reajuste dos alimentos”, completou.


No entanto, acrescenta ele, há indícios de que está ocorrendo uma possível queda nos custos e, consequentemente, nos preços dos alimentos. “Essa tendência pode ser atribuída ao retorno do comércio de fertilizantes entre os países em conflito, Rússia e Ucrânia, o que reflete na redução dos preços desses insumos agrícolas. Além disso, o sucesso da última safra de grãos no Brasil, especialmente no Paraná, tem ampliado a oferta e reduzido os preços das commodities agrícolas”, arrematou.


Essa possível tendência de queda foi observada no IPR de junho, que registrou o declínio nos preços de praticamente 28 produtos dos 35 pesquisados mensalmente.


INDICADOR – Lançado em dezembro de 2022, o IPR utiliza os registros fiscais da Receita Estadual do Paraná. O Ipardes faz uma média de 382 mil registros de notas fiscais eletrônicas ao mês, emitidas em 366 estabelecimentos comerciais de diferentes portes localizados em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu.


Os 35 produtos avaliados foram definidos a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o Paraná e representam cerca de 65% das compras de alimentos e bebidas dos paranaenses.


O instituto também trabalhou a série histórica de preços desde 2020, que permite analisar a flutuação no preço de alimentos e bebidas nos últimos dois anos no Estado.


Com a análise detalhada dos índices pelo Ipardes, as maiores cidades do Paraná têm condições de saber exatamente o comportamento dos preços dos alimentos, que possui um reflexo relevante na vida dos cidadãos. Os dados são importantes, por exemplo, para a elaboração de políticas públicas regionais e estaduais mais direcionadas em função da situação inflacionária de cada cidade.

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