O Governo do Estado apresentou nesta quarta-feira (26) o Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime) na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), principal evento de ciência, tecnologia e inovação da América Latina. A programação começou no domingo (23) e a expectativa é reunir até o próximo sábado (29) um público superior a 5 mil pessoas de todo o Brasil, entre estudantes, professores e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento.
A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico estão com um estande institucional no pavilhão da 30ª Exposição de Ciência e Tecnologia (Expotec), que integra a 75ª reunião. As sete universidades estaduais atendem os participantes do evento no pavilhão da SBPC Jovem, um espaço que busca incentivar o contato de alunos dos ensinos fundamental, médio e técnico com o conhecimento científico.
Idealizado pela Seti, o Prime tem como objetivo transformar os resultados de pesquisas acadêmicas com potencial mercadológico em produtos, serviços e novos negócios. O intuito é contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e a cultura empreendedora entre pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica.
Entre os projetos divulgados que têm apoio do Prime está o Strong Core, um aplicativo com programas de exercícios para reduzir a lombalgia, condição dolorosa que afeta a parte inferior da coluna. Além de atividades físicas, a plataforma também fornece informações educacionais e orientações sobre dores lombares, postura, prevenção de lesões e práticas saudáveis para o autocuidado.
A pesquisadora responsável pelo projeto inovador, a estudante de mestrado Elisângela Franciele Rezende, do câmpus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Curitiba, destacou o apoio governamental para a viabilização do aplicativo. “Com o incentivo do Estado conseguimos tirar o projeto do papel e inserir o aplicativo no mercado. Por isso, esse programa é uma oportunidade para transformar o conhecimento que adquirimos na universidade em produtos que podem contribuir para a melhoraria da qualidade de vida das pessoas”, afirmou.
Outros dois projetos apoiados pelo Prime também estão relacionados à saúde humana e ao meio ambiente. Um deles consiste no desenvolvimento de um processo químico e bioquímico para o reaproveitamento de resíduos da indústria de laticínios para a produção de um alimento funcional com agentes probióticos, prebióticos e simbióticos. Essa inovação irá contribuir para a prevenção de doenças.
A terceira iniciativa propõe a extração de componentes e subprodutos de folhas de ora-pro-nóbis, uma planta comestível com propriedades medicinais, que tem o nome científico Pereskia aculeata Miller. O intuito é agregar valor à produção dessa planta para a indústria, por meio de um processo eco-friendly, que prevê o mínimo de resíduos e impacto ambiental e o máximo de aproveitamento da matéria-prima. O método pode ser aplicado no segmento alimentício, nutracêutico, farmacêutico, cosmético, de suplementos e fitoterápicos.
APOIO CIENTÍFICO – A Fundação Araucária apresentou o Programa Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada, que abrange atividades de pesquisa e desenvolvimento em redes colaborativas e pesquisas ligadas ao setor agropecuário paranaense. Essa ação conta com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), no âmbito da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), além de instituições de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica.
A diretora técnica da Faep, Débora Grimm, ressaltou a oportunidade de divulgação das ações desenvolvidas pelo programa nas instituições de ensino. “Nosso programa viabiliza investimentos públicos e privados em prol dos produtores rurais. A ideia é divulgar essas ações e proporcionar possibilidades de financiamento de novos projetos”, disse.
No estande do Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná os participantes também conheceram um pouco do Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS), a Escola Doutoral em Desenvolvimento Sustentável Territorial e o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Desenvolvimento na Trifronteira (Napi Trinacional), que reúne pesquisas relacionadas ao desenvolvimento sustentável da região Oeste do Paraná.
“Este Napi ressalta a importância de uma agenda de pesquisas e inovações para o enfrentamento dos desafios desse território transnacional no qual se prospecta a implementação de uma Metrópole Trinacional Sustentável”, salientou a pesquisadora Adriana Brandt.
DESAFIO – Neste quarto dia de evento, a Seti também participou da apresentação de projetos de uma maratona científica realizada pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), com foco no Programa de Estímulo às Ações de Integração Universidade, Empresa, Governo e Sociedade, denominado Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável (Ageuni). Ao todo, foram quatro propostas elaboradas por 35 alunos de mestrado e doutorado de vários estados brasileiros e campos do conhecimento.
Os participantes receberam como desafio a melhoria do programa Ageuni, política pública que tem como objetivo aumentar a competitividade das empresas paranaenses, agregando tecnologia aos processos de produção de bens e serviços. A próxima etapa da maratona consiste numa avaliação por uma banca composta por associados da ANPG para seleção de dois finalistas. Ambos os projetos serão incubados na Connect Incubadora, em Marília (SP).
OUTRAS ATIVIDADES – O Secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, também participou da assinatura de um repasse de recursos financeiros entre a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
PRESENÇAS – O estande do Governo do Estado na 75ª Reunião Anual da SBPC foi ponto de encontros com diversas autoridades, como a secretária da Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira; a coordenadora do Projeto Seda Brasil, professora Cristiane Cordeiro, da Universidade Estadual de Londrina (UEL); o pró-reitor de Extensão da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), Rogerio Motta Moreira; o coordenador do Sistema Estadual de Parques Científicos e Tecnológicos do Paraná (Separtec), José Maurino de Oliveira.