O Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR) se posicionou contrário ao projeto de privatização da Copel, aprovado em segunda votação, nesta quinta-feira (24), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Conforme a associação, a população terá impacto negativo no bolso com possíveis aumentos nas tarifas.
“Só não está acontecendo agora porque está favorável para chuvas, o que faz com que as bandeiras tarifárias não subam. Porém, quando começarem os períodos secos, as tarifas vão subir de tal forma que se a empresa não tiver no controle do estado, não vai haver a preocupação de reduzir o impacto. Um acionista privado quer lucro, ele não tem preocupação social. Isso é natural, não questionamos isso. Questionamos essa escolha equivocada de privatizar a Copel", disse o diretor regional do Senge, Paulo Guilherme Ribeiro.
Durante as sessões plenárias, houve bastante tumulto. Pessoas compareceram à Assembleia para protestarem contra o projeto. Foram por 35 votos favoráveis e 13 contrários. Agora, o PL segue para sanção do governador.
Como justificativa para a privatização, o governo do Paraná apresentou a proximidade do fim dos contratos de concessão de usinas hidrelétricas federais controladas pela empresa. Parte dos lucros da companhia vêm da produção de energia dessas usinas. Juntas, elas são responsáveis por 60% da produção de energia no estado.
A concessão da maior delas, de Foz do Areia, vence em dezembro de 2024. Como as concessões já foram renovadas, por lei, a Copel vai perder o comando delas. Com a privatização, a companhia poderá se juntar a outras empresas, com participação de até 49% na sociedade.
Outro motivo seria que a privatização poderia trazer mais competitividade para a companhia. “É natural que os sindicatos vinculados aos funcionários da Copel façam esse trabalho de pressão em cima dos parlamentares. Mas a votação expressiva e contundente demonstra que o entendimento proposto pelo governo é mais consistente para que a Copel esteja competitiva nos próximos anos e a gente possa entregar para a população uma companhia saudável, com boa tarifa, e trazer investimentos para o Paraná”, ressaltou o líder do Governo na Assembleia, Guto Silva.
Parlamentares de oposição afirmaram que já entraram com processo no Ministério Público para tentar reverter a situação. "Além de ser um prejuízo financeiro para o estado, para o desenvolvimento econômico, é também um sinal de que o governador não jogou às claras o processo eleitoral e não contou para o povo o que ele iria fazer esse ato e outros que serão aqui debatidos e votados. O povo sai perdendo e o governo sai sorrindo", falou o deputado estadual Arilson Chiorato (PT).