Agora vai Brasil. É nitidamente maior a participação dos brasileiros nas eleições deste ano. Em Londrina os eleitores estão esperando até duas horas na fila pra registrar o voto. Esse interesse tem como motivação a insatisfação com o cenário político, econômico, moral etc. As pessoas estão sentindo que é importante votar, votar pra mudar, votar pra voltar, não importa, é a nossa arma pra melhorar dentro do que cada um acha certo.
Mas sinceramente, não sei o que esperar. Como ter esperança do Brasil melhorar se nas filas em diversas zonas eleitorais o que se vê é exatamente o que criticamos nos políticos. Bastou uma hora na fila ou poucas horas na redação do Tarobá News pra eu me deparar com cenas que sinceramente, são de fazer chorar.
- Para não enfrentar fila a mãe entra com o filho no colo, vota, na saída passa o filho pro pai que também burla a fila. Só faltou oferecer o filho em troca de alguns trocados pra quem quisesse pular na frente.
- Mulher diz que só vai votar pra presidente e o resto dos cargos iria digitar apenas o número do presidente, já que não sabe o número de ninguém pra governador, senador, deputado federal e estadual. Por um instante pensei que ela concordava com as propostas na coligação, mas ela tirou essa minha esperança e logo confessou na frente de todos que não sabia em quem votar.
- Um homem perguntou se com a identidade do pai poderia votar em outra seção eleitoral, que tinha menos fila. Com a negativa do mesário rasgou o título de eleitor e passou a criticar o voluntário como se esse fosse culpado, dizendo que não votaria mais.
- Com o movimento nos locais de votação o que mais se viu foram carros estacionados em frente a pontos de ônibus, sobre calçadas, nas esquinas, na saída de garagens. Ou seja, vou votar para tirar os políticos corruptos, mas estaciono o carro em local proibido para não ter que andar um ou duas quadras.
- Coitado do idosos. Com o direito de ter preferência na hora de votar em alguns lugares eles foram tratados como criminosos roubando lugar na fila. Uma falta de respeito que chega a entristecer.
O Brasil não vai mudar se não mudarmos antes.