Política

Coronavírus: O desafio de evitar a paralisia econômica

18 mar 2020 às 14:00

As restrições de mobilidade impostas pelas autoridades de saúde impactam diretamente na economia. Paradoxalmente, cresceu o fluxo de pessoas em supermercados e farmácias no mesmo momento em que outros setores do varejo estão às moscas.

O comércio tradicional, que já convive com sucessivas crises e a concorrência com shoppings, agora foi atingido por um golpe violento provocado pela Covid-19. Para pequenas lojas isso pode significar o fim.

O turismo também está sofrendo os efeitos da crise corona. Alguns hotéis tiveram queda de até 70% na taxa de ocupação, o que está obrigando empresários a utilizar ferramentas de “deslocamento de promoção”.

Alguns também estão propondo aos clientes “adiar” o passeio e não cancelar. Tal estratégia já está dando resultado em alguns pontos do país. Realocar promoções e preços pode ser interessante para distribuir fluxo e evitar grandes aglomerações.

A ordem é a seguinte: melhor ter baixa ocupação do que nada. Sempre dentro de critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Londrina, que tenta alavancar o turismo de eventos, assistiu, atônita, à suspensão da Expo. Além de gerar centenas de empregos temporários, a feira gera ISSQN - Imposto sobre serviços de qualquer natureza - aos cofres da prefeitura. Só a SRP deixava mais de R$600 mil. Isso sem contar estacionamentos, Ambev e tantos outros que também recolhem esse imposto.

Turismo de eventos também se caracteriza por congressos, convenções, eventos científicos, palestras, workshops e outros. Faturamento que por pelo menos três meses vai derreter.

Os proprietários de buffets estão arrancando os cabelos. Estes empresários que vivem de locação não escondem a preocupação com o ‘crash’ e para não perder contratos também estão propondo adiamentos e não cancelamentos. O mesmo se aplica a quem depende de público para locar arenas, galpões e casas para shows artísticos.

Para alguns economistas, o crescimento da taxa de desemprego nos próximos meses será inevitável. E é nessas horas que a criatividade e o bom senso devem prevalecer. Não esperar o pior para se mexer e buscar fontes alternativas de renda é o mínimo que se recomenda. A boa notícia é que a Pandemia não será eterna.