Política

FAB diz que quase colisão de aviões em Fernando de Noronha foi normal

18 fev 2019 às 17:15

A FAB (Força Aérea Brasileira) se manifestou sobre o episódio de ontem envolvendo duas aeronaves em Fernando de Noronha (PE). Um Boeing 737 da Gol que estava próximo do toque no solo teve de arremeter para não colidir com um Embraer 190 da Azul que atravessava a pista. Veja o flagrante da situação: clique aqui.

Segundo a FAB a situação ocorreu dentro dos padrões de segurança das regras de tráfego aéreo, por tanto uma situação normal. Informou ainda que as aeronaves estavam em coordenação via rádio e não houve risco nenhum aos envolvidos.

De fato, se colocarmos o regulamento debaixo do braço, o episódio pode ser classificado como uma situação normal, mas será que é normal mesmo? Pare pra pensar: se colocássemos o regulamento debaixo do braço para tudo, o Lula não estaria preso porque o apartamento não está no nome dele. O goleiro Bruno não teria sido preso, porque não há corpo para sustentar a acusação de homicídio, ou seja, a frieza das regras impressas em um papel nem sempre devem sobrepor à quentura do sangue que corre nas veias de quem está vivo.

Um aeroporto como o de Fernando de Noronha deveria, há muito tempo, ter pelo menos uma torre de controle. Estamos falando de um arquipélago que é um dos principais pontos turísticos do país e portanto merecia o mínimo de atenção e investimento para aumentar a segurança dos que deixam muito, mas muito dinheiro através do turismo. E não me venham com a desculpa de o movimento de aeronaves no aeroporto não justificar uma torre de controle. Senhores, estamos falando de um Boeing 737 e um Embraer 190, dois aviões que juntos podem transportar mais de 300 passageiros.  

Segundo ponto que apresento é que apesar de haver uma coordenação bilateral, ou seja, os pilotos combinarem entre si o que vão fazer, é nítido que algo deu errado nessa coordenação. Por mais que a arremetida seja um procedimento normal na aviação é fato que ela só se aplica quando algo está errado ou na eminência de dar errado. Desde um vento mais forte, uma aproximação não estabilizada, um problema na aeronave ou um avião na pista por exemplo. Arremeter porque tem outra aeronave na pista em que você pretende pousar pode ser uma manobra prevista, treinada e segura, mas, me desculpem, normal não é: normal seria não precisar arremeter.