A Operação Imperium coordenada pelo GAECO e que terminou na prisão de Policiais civis, militares, comerciantes e particulares acusados de corrupção e outros crimes, reacende um antigo debate: A destruição do tecido social provocada pelos jogos de azar.
O jogo do Bicho, umas das mais antigas contravenções penais, que fazia milionários em todo país e ao arrepio da lei e com a conivência absoluta da classe política, bancava comunidades carentes, patrocinavam times de futebol e patrocinavam o carnaval. De forma recorrente enfronhada no crime organizado.
A penetração dos Bicheiros é tênue, e não por acaso, muitas dessas figuras estão presentes nas mais altas rodas sociais misturadas a pessoas de bem. O que une os bons e o maus é o dinheiro, a ganância e a ostentação.
Quem não se lembra das histórias de Castor de Andrade cuja a trajetória virou série.
O fato é que essas pessoas se enriquecem às custas de histórias de vidas destruídas pelo vício. Assim como as drogas, o jogo leva famílias inteiras à ruína por uma força incontrolável de ganhar mais. São comuns os relatos de pessoas que começaram jogando R$1 e terminaram se desfazendo de bens e propriedades.
No caso da Operação Imperium, o Gaeco descobriu que além de explorar as pessoas por meio dos jogos de azar, os envolvidos manipulavam as máquinas caça-níqueis, reduzindo a zero a possibilidade de ganho.
Com isso, as vítimas nunca tinham “sorte” em suas investidas aniquilando suas economias. O vício não escolhe classe social, mas tem escalas, como se fosse uma graduação de dependência.
A pergunta que fica é: Quem, além do GAECO, terá coragem de derrubar essa estrutura criminosa e que opera sem ser incomodada?
E mais: Por que o próprio governo não discute a legalização dessas atividades devidamente regulamentadas e ainda capitalizar impostos sobre a atividade?
A resposta é simples. Os que não se beneficiam do esquema têm medo dele. Por isso é melhor se omitir a atrair problemas.