Política

Reflexões sobre o aumento de salários na CMTU

19 jun 2018 às 11:09

A polêmica sobre o reajuste dos salários dos diretores da CMTU revela a desfaçatez com o dinheiro público. Primeiro que com frequência a CMTU precisa de socorro financeiro e aportes da mãe prefeitura de Londrina. A companhia não é autossuficiente para cumprir suas obrigações. Segundo que, o reajuste de até 35% é injustificável sob qualquer aspecto dentro da realidade das empresas públicas ou privadas e inflação de 4%. Terceiro porque o subsídio do prefeito do município – que é o teto do funcionalismo municipal-  é de R$13.865,28. E do presidente da CMTU iria para cerca de R$20 mil. A despeito da CMTU ser empresa de economia mista, é no mínimo imoral, pegar recurso do caixa do município para bancar tal despesa. Entretanto, o reajuste aos diretores foi pago na folha de maio e depois da repercussão negativa, suspenso em junho. Isso significa que já houve impacto. Mas afinal que história é essa de conselho de acionistas? Quem são essas pessoas que aprovam e desaprovam o uso do meu e do seu dinheiro? A resposta está no portal da transparência. Bastam alguns clicks para verificar onde está o problema.

Vale lembrar também que alguém propôs o reajuste anômalo e certamente não foi o seo Joaquim do boteco, nem a dona Maria da UPA. A proposta vem de lá mesmo do poder público.

Então se faz um discurso de austeridade e na prática aprova-se um reajuste absurdo como este. Não estamos falando aqui do mérito de cada diretor. Talvez haja por lá gente que até mereça ganhar mais que de fato recebem. São cargos de extrema responsabilidade que estão com o CPF na reta. MP, Tribunal de Contas e outros órgãos de controle podem confiscar o patrimônio de qualquer gestor público se uma virgula estiver no lugar errado.

O que se questiona é a distância entre a versão e o fato. O contribuinte também pergunta se tal medida da CMTU foi com o “ciente” ou não do prefeito Marcelo Belinati.

Se ele sabia do reajuste e ficou quieto poderia ser chamado de omisso e pouco interessado com o destino do recurso público.

Se ele não sabia, demonstra que seus subordinados tomam decisões e dão de ombros pra ele.