Política

Transporte Coletivo, vereadores e usuários

04 abr 2018 às 16:25

Duas semanas depois que a Tv Tarobá mostrou as reclamações de usuários do transporte coletivo, a câmara de Londrina decidiu agir. Ontem, o vereador Jamil Janene PP, convocou o gerente de transportes da CMTU Wilson de Jesus para dar explicações sobre as queixas dos usuários. E decidiu ir in loco, apurar os fatos.

Pra quem vive o dia a dia de atrasos, pontos de ônibus precários, sujeira nos terminais e falta de cobradores, a atitude gera interrogações. Primeiro porque os nobres decidiram ir aos terminais entre 8h30 e 9h da manhã. Cabe informar que a maioria das reclamações ocorre em outro horário. Se de fato, a câmara quer ter contato direto com o problema então que os nobres que acordem as 5 da manhã façam plantão nas plataformas e ouçam o povo. Outra dica. Num dia de chuva, percorram os pontos de ônibus do residencial Visa Bela, por exemplo, e esperem o coletivo chegar junto com centenas de trabalhadores, estudantes e mães que levam filhos para os centros de educação infantil.

O gerente de transportes da CMTU Wilson de Jesus confirmou que linhas da zona norte- em horários de pico como 406, 405 e na zona oeste, 314, 904 e outras. Admitiu também que falta de cobradores causa atrasos. Mais de 10 notificações e multas já foram expedidas as empresas. Mas Wilson de Jesus está ciente que multas e notificações não interessam ao usuário. Este é cliente. Ele paga e quer terminal limpo, ônibus no horário, pontos com assento e cobertura, informação correta e acessível com preço justo.

Quem acompanhou os vereadores no terminal esta manhã contou que ouviram poucas e boas do usuário. O transporte coletivo de Londrina nunca foi uma maravilha. Mas os se agravaram depois que a tarifa aumentou e como sempre aquém do que as empresas pleiteavam.

Há quem diga que a piora nos serviços esteja relacionada com um suposto desequilíbrio econômico na planilha decorrente da tarifa de R$3,95 que não cobre os custos. Afinal é do couro que sai a correia. Coincide também com a restrição no passe livre – que agora só é garantido a quem comprovar que é pobre, como beneficiários do bolsa família por exemplo. O dinheiro saia do caixa da prefeitura e ia para as operadoras.

Nesse jogo, quem sofre é o cliente. E ainda há quem tenha coragem de tratar o usuário assim.