Comportamento

O amor pode ser lindo, mas definitivamente não é fácil

07 jun 2022 às 11:20

Ah, a paixão! Sentimento famoso por aquele friozinho na barriga e brilho nos olhos ao encontrar a pessoa amada. Parece que tudo se torna mais leve quando estamos na companhia de quem nos desperta sentimentos inexplicáveis.

Porém, com o passar do tempo, é natural que o casal se sinta mais confortável para ser de fato quem é, sem muitos enfeites. “Acontece que relacionamentos são construídos aos poucos e com paciência. Não há receita pronta. No início, é aquele misto de emoções e uma explosão de sensações únicas. A partir disso, o amor pode acontecer, na medida em que damos espaço, com as nossas atitudes, para ele ir dando as caras e tomando conta”, ressalta a psicóloga Paula Cordeiro.

A conversa, a admiração, o carinho, o respeito, as expectativas, a vontade de estar junto, querer um novo encontro, aquele gostinho de quero mais... Esse geralmente é o caminho.

Mas o amor não é fácil. Ele requer investimento pessoal: do nosso tempo, das nossas emoções, do nosso todo.

“O grande problema das pessoas é acreditarem que o amor sozinho é o suficiente para fazer a relação dar certo, sem esforço algum. Por fim, os casais acabam descobrindo, depois de um tempo, que as coisas exigem dedicação de ambas as partes, acham complicado demais e se perguntam por que é tão difícil manter um relacionamento”, explica Paula.

Para que exista uma relação saudável é preciso amizade, companheirismo, compartilhamento de reflexões e respeito às diferenças de posicionamento e opinião. Para fazer o amor reviver a cada dia, não basta querer; tem que haver uma entrega diária, sem o “se” e sem o “mas”.

“Nada sobre relacionamentos é simples e fácil como imaginamos nas primeiras semanas, e isso porque não depende só do amor. A relação deve ser encarada como uma oportunidade de crescimento, aprendizado e transformação ao lado de quem decidimos estar juntos. É uma troca, e ela não precisa ser na mesma proporção, afinal, não somos iguais e temos perspectivas diferentes”, destaca a psicóloga.

É normal que, às vezes, um se doa mais do que o outro, contanto que os dois estejam em sintonia para que se percebam como dois seres distintos que querem construir juntos uma relação de afeto, de cumplicidade, de respeito, de parceria e amor.

Entre os principais exemplos para se manter um relacionamento saudável e verdadeiro, está a necessidade de saber gerenciar crises da melhor forma, aprender a ter expectativas mais realistas e não permitir que influências externas afetem a relação.

A vida a dois é cheia de altos e baixos, e sempre suscetível a novos desafios. Envolve a renúncia a algumas coisas em nome do sentimento, saber calar quando preciso, reconhecer a hora de falar e entender o momento de recuar em uma discussão para deixar os ânimos esfriarem, não agindo de forma que possa se arrepender depois. É entender que não vale a pena se exaltar, e que a peça-chave é uma comunicação assertiva para expor como nos sentimos diante de determinada situação, ouvir o que o outro tem a dizer e, em conjunto, procurar uma solução viável.

Segundo a psicóloga, “a verdadeira história de amor não tem nada a ver com encontrar o príncipe encantado e viver feliz para sempre, mas com encontrar alguém que nos ama como somos, e crescer com ela dia após dia”.