Quem acompanha o futebol na América do Sul sempre fica na dúvida: até que ponto a preocupação de atuar na altitude de países como Bolívia e Equador tem fundamento? É balela? Desculpa de derrotado? Não. Não é balela. Tanto é que três atletas de Cascavel embarcaram ontem para a disputa do Campeonato Sul-Americano de Muay-Thai, em Guayaquil, no Equador, e a grande preocupação foi justamente a altitude, como explicou o técnico Júlio Cezar Raizel, que também trabalha na Secretaria de Esportes de Cascavel. “A gente tem algumas particularidades daquele país, o evento será em Guayaquil, temos a altitude. Então o atleta que treina aqui vai sentir a altitude de lá. A gente fez um programa de treinamento físico deles preparando para a altitude que vão encontrar lá. Fizemos bastante treinos físicos, treinos com quinze rounds de luta. Por mais que lá eles farão lutas com apenas três rounds, mas preparamos eles com treinos de quinze rounds, justamente para compensar a questão da altitude”, explicou.
Os três atletas de Cascavel embarcaram ontem (10) e chegam nesta quarta (11) no Equador. A competição inicia na sexta (13) e vai até domingo (15). Dos três, quem tem mais experiência é Thaís Viudes, de 32 anos. Ela já participou de dois campeonatos brasileiros de Muay-Thai e três paranaenses. Mas irá lutar numa competição internacional pela primeira vez. Ela falou do peso de representar a bandeira brasileira. “A gente tem que cuidar do nosso nervosismo e dos meninos que também vão lutar pela primeira vez. É a primeira competição internacional para o três. A responsabilidade aumenta bastante”, disse ela.
Thaís terá a companhia de Wesley André Moraes Pagno, de 23 anos, que já foi campeão paranaense e vice-campeão brasileiro, e do jovem Luan Patrick Martins Sotel, de 18 anos, que também é vice-brasileiro, campeão da Copa Paraná e bicampeão regional.
Júlio é técnico da Seleção Paranaense e seria um dos treinadores da Seleção Brasileira de Muay-Thai. Porém, como Cascavel será sede do Paraná Combat, a partir desta quinta (12), ele teve que ficar. Mas está confiante no desempenho dos três lutadores. “Eu acompanho eles há bastante tempo. E eles estão preparados. A gente sabe que a competição tem muitas variáveis, o que pode influenciar na hora da luta. Mas isso eu posso dizer, eles estão preparados fisicamente e tecnicamente para representar o nosso país, juntamente como os outros atletas da Seleção. E talvez trazer essa medalha dourada para Cascavel e para o Brasil”, disse.