A estratégia de exportação
de carne bovina do Brasil tem se concentrado na venda de cortes dianteiros para
mercados como os Estados Unidos e a China, enquanto a preferência interna dos
brasileiros se mantém nos cortes nobres do traseiro. Essa dinâmica, embora
fortaleça a balança comercial, pode gerar um impacto direto nos preços para o
consumidor nacional.
O Brasil se consolida como
um dos principais exportadores de carne bovina, atendendo a demandas
específicas de mercados internacionais. Os Estados Unidos, por exemplo,
demonstram preferência por cortes dianteiros, como peito e paleta, que são
amplamente utilizados na produção de hambúrgueres. Já o consumidor brasileiro,
de acordo com análises do setor, tem uma inclinação maior para cortes do
traseiro, como a picanha, o contrafilé e a alcatra, tradicionalmente consumidos
em churrascos.
A China emerge como um
parceiro comercial de grande relevância, absorvendo cerca de 47% de toda a
carne bovina exportada pelo Brasil. Assim como os americanos, os chineses
também buscam cortes dianteiros, que são empregados em pratos típicos de sua
culinária, como picadinhos.
A crescente demanda por
cortes dianteiros no mercado externo pode levar a uma maior disponibilidade de
cortes nobres no mercado interno. A expectativa é que, com a redução da
concorrência por esses cortes, os preços possam se tornar mais acessíveis para
o consumidor brasileiro, um reflexo direto das estratégias de exportação que
moldam o panorama do consumo de carne no país.