A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que acompanha as buscas por corpos no rio Tocantins, após a queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), ocorrido no último domingo (22), confirmou que três caminhões que caíram da ponte transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, produto químico corrosivo. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 10 veículos caíram da ponte.
A ANA não informou qual era o principal ingrediente ativo do defensivo agrícola que caiu no rio. As cargas de defensivos e ácido sulfúrico contaminaram o rio e dificultam o resgate das vítimas e veículos. A ANA está atuando no local em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (SEMA/MA). Amostras da água do rio estão sendo analisadas em pelo menos cinco pontos desde a barragem da usina hidrelétrica de Estreito (TO/MA) até o município de Imperatriz (MA).
Os 19 municípios possivelmente impactados estão na jusante do acidente até a confluência (encontro) com o rio Araguaia. Onze cidades ficam no Tocantins e oito no Maranhão.
O rio Tocantins é o segundo maior curso d’água 100% brasileiro, ficando atrás somente dos cerca de 2800km do rio São Francisco. O Tocantins nasce entre os municípios goianos de Ouro Verde de Goiás e Petrolina de Goiás. Ele também atravessa Tocantins, Maranhão e tem sua foz no Pará perto da capital Belém. O rio pode ser chamado de Tocantins-Araguaia por se encontrar com o rio Araguaia entre Tocantins e Pará. Os dois cursos d’água também dão nome à região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia, que é a maior do Brasil em área de drenagem 100% em território nacional. Por serem rios interestaduais, a gestão e regulação das águas do Tocantins e do Araguaia é de responsabilidade da ANA.