O anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e China provocou um forte movimento de alta nas cotações da soja na Bolsa de Chicago, com impacto direto no vencimento de Março de 2026, referência para a safra atualmente em plantio no Brasil. Essa alta é resultado da percepção de melhora nas relações comerciais entre as duas potências. No entanto, o otimismo no mercado exige cautela e análise dos fundamentos, segundo o especialista Ismael Menezes.
O analista da MD Comodities alerta que o volume de importação de soja acertado pela China — de 12 milhões de toneladas iniciais e 25 milhões de toneladas somadas em três anos — é inferior à média de exportação dos Estados Unidos para a China nos últimos cinco anos, que foi de 28,8 milhões de toneladas anuais. O movimento de alta, portanto, pode ser mais impulsionado pela percepção e otimismo do mercado do que pela força dos fundamentos do próprio acordo.
Diante disso, a recomendação é que os produtores brasileiros aproveitem a atual valorização. O especialista sugere que este movimento de alta representa uma excelente oportunidade para quem está com baixa comercialização da safra 2025/2026, sendo o momento ideal para fazer a gestão de risco na venda da soja antes que uma análise mais fria do baixo volume acordado entre China e EUA corrija os preços no mercado internacional.